Vital Moreira parece andar suficientemente entretido com o seu novo múnus bruxelense de pai fundador derivado da União Europeia. Nem se ouve falar dele, o que tem sem dúvida beneficiado o PS nas últimas contendas que tem tido de travar na frente interna. Ou, então, anda entretido a escrever "A verdadeira história da roubalheira do BPN feita por todo o pessoal do PSD de que forem capazes de se lembrar, dáquém e d'além mar". Se assim fôr, temos pela certa best seller natalício. Mas há outra hipóteses: tendo em acabamentos e polimentos a história da roubalheira do BPN, ter-lhe tomado o gosto e apanhado o balanço e começado a escrever "A verdadeira história da roubalheira da sucata e do fio de cobre da REN, EMPOORDEF, etc. e tal feita por todo o pessoal do PS de que forem capazes de se lembrar d'aquém e d'além mar". Se assim fôr, será possível calçar os dois pézinhos do Menino Jesus na gruta de Belém. Assim, nenhum pézinho se constipa e a obre fica muito mais central, muito mais bloco, muito mais académica, muito mais pedagógica, muito mais completa. Sugestão adicional: a editora benfazeja que Vital Moreira encontrar para editar as duas obres (garanto que não lhe vai ser fácil se não forem uns certos espanhóis que andam por aí..), que faça um comício para cada livro, na Aula Magna, com pompa, Louçã para o BPN e Alegre paara o da sucata, para assegurar o princípio constitucional da igualdade de tratamento.
(entrada descaradamente inspirada nesta do Afonso Azevedo Neves)
Paulo Rangel fez uma grande campanha. Desde o início que delineou uma estratégia, que seguiu à risca e convenceu no estilo, na novidade, na eficácia. É o segundo vencedor da noite. Vital Moreira foi um desastre. Andou aos ziguezagues e também convenceu: no mau estilo, na patente falta de novidade, na estrondosa falta de eficácia. A campanha que fez teria sido óptima se tivesse sido o candidato do PCP. Candidatou-se pelo partido errado.
O candidato Vital Moreira prometeu que não faria campanha nas eleições para o Parlamento Europeu discutindo política interna. Invectivava até o seu rival directo a falar das questões europeias, como que insinuando que ele não percebia nada de Europa. Mas o candidato socialista, com o tempo, tem-se desvitalizado. Ontem descobriu um novo tema europeu: o caso de polícia e de política interníssima ligado ao BPN. Parece-me existir um certo desnorte na campanha socialista. Ou será que a emergência de novas notícias sobre o caso Freeport obriga o candidato socilaista a tentar prolongar o assunto BPN na agenda mediática, perdão, na agenda europeia?… Depois de Elisa Ferreira ter desvitalizado o imposto europeu, é agora a vez de Maria de Belém desvitalizar a crítica ao PSD no caso do BPN. A deputada do PS e presidente da comissão parlamentar de inquérito ao BPN, Maria de Belém Roseira, disse hoje à Lusa que “não se revê” nas declarações do candidato socialista e destacou “a participação activa” do PSD na comissão. Isto não está a correr nada bem…
Vital Moreira, segundo as suas próprias palavras, em recente entrevista ao "i", iniciou a sua dissidencia com o PCP em 1982, concretizou essa dissidencia em 1987, com o grupo dos seis e saiu formalmente em 1990. Oito longos anos para tomar uma decisão. Já relativamente à estratégia para as eleições europeias o candidato ora socialista prometeu que só ia falar de assuntos europeus, criticando asperamente Paulo Rangel por este só falar de política nacional numas eleições para o Parlamento Europeu. Mas Vital Moreira aprendeu a decidir mais rápido desde que saiu do PCP. Em apenas algumas semanas conseguiu deixar de falar em assuntos europeus e só aparece a falar de assuntos internos, como a alegada necessidade de uma nova maioria absoluta de José Sócrates noutras eleições e agora o caso Lopes da Mota-Freeport. Faz bem sair do PCP. Aprende-se a viver mais rápido. E a política nacional sempre é, afinal de contas, mais emocionante do que o tédio que o espera em Estrasburgo e Bruxelas, não é assim?
Está encontrado o “happening” das eleições para o Parlamento Europeu. A escaramuça do 1º de Maio merece uma palavrinha. É certo que não aconteceu nada que não suceda recorrentemente em inúmeros jogos de futebol ao fim de semana por esse país fora, perante a indiferença da opinião publicada. Mas manda a boa educação e a convicção democrática que se diga que Vital Moreira não deve ser vítima das “brigadas Brejnev” da mesma forma que outros foram no passado, quando ele era dirigente de primeira linha do PCP. Eu, por acaso, estive sitiado, no então Liceu Gil Vicente, nos idos de 1975, por essas simpáticas e amáveis brigadas, numa altura em que o ora democrata Vital Moreira certamente aprovaria essa actuação revolucionária. Mas isso não é motivo para deixar de considerar que a Constituição prevê o direito de livre circulação e fixação em qualquer ponto do território nacional. Estou, assim, solidário com o candidato socialista. Quanto ao mais e quanto, sobretudo, às reacções do PCP, resta acrescentar que não me espantam. O PCP não é um partido democrático, é um partido que foi obrigado a viver em democracia, o que faz toda a diferença e convém nunca esquecer. Adelante…
Vital Moreira regressa às suas origens. É bonito e não, não, não, não tem nada de oportunismo político.
Para quem só quer discutir a Europa, não começa mal Vital Moreira. Hoje, como se fosse a Maya da política, prevê que se o PS não obtiver a maioria absoluta nas legislativas será “derrubado à primeira circunstância” e “terá que ir apresentar a Belém a sua demissão”. Segundo o candidato do PS, o partido deve pedir a maioria porque só assim conseguirá uma estabilidade governativa. Ainda Outubro vem longe e a chantagem com o eleitorado já atingiu este ponto. Vai ser bonito, vai... talvez lhes saia o tiro pela culatra.
Esta entrada de Vital Moreira lembrou-me uma história: vem o dono de um pomar e queixa-se à polícia que um malandro foi-lhe às laranjas que vendeu posteriormente no mercado. O polícia vai ao mercado e pergunta se alguém viu o malandrim vender laranjas. Que sim, várias pessoas lho confirmaram. Vai daí o polícia vai ter com o rouba-pomares e pergunta-lhe se ele subtraiu ilegitimamente laranjas do laranjal do queixoso. Que não, responde, ofendido, o malandrim da fruta. Que nunca pôs a mão na fruta a não ser da dele. Que se trata certamente de uma conspiração. O polícia, mais descansado, arquivou o inquérito. Na verdade, houvera o polícia aprendido na sua escola, que só havia possibilidade de condenações pela prática de crimes desde que os malandrins confessassem.
Alberto João Jardim anunciou que vai fazer um referendo na Madeira sobre uma proposta de revisão constitucional a apresentar à Assembleia da República. É uma boa ideia, que certamente deixará enervado o Presidente da República e talvez o seu próprio partido. Um dos mais qualificados polícias da Constituição, Vital Moreira já veio dizer que não pode ser, já que "os referendos regionais só podem versar sobre matérias de competência decisória regional (legislativa ou política), não estando obviamente a revisão constitucional entre essas competências." Não percebo o argumento, já que é competência da Assembleia Legislativa Regional aprovar propostas de alteração à Constituição e é sobre a proposta que foi anunciado o referendo.
(publicado no Camara de Comuns)
"Qualquer que seja o resultado, o referendo irlandês sobre o Tratado de Lisboa mostra a insanidade política que é submeter a decisão popular um texto incompreensível para quase toda a gente", Vital Moreira, no Causa Nossa. Uma pérola esta afirmação. Uma pérola.
Esta semana foi histórica. Pela primeira vez, os tribunais parece terem cedido à tentação outrora apenas do poder executivo, de meter o bedelho na editoria da RTP. Proibiram a transmissão de touradas pela RTP antes das 22.30 horas. Não nos faltava mesmo mais nada com que nos entretermos agora do que enfrentar a tentação dos juízes serem directores de programas da RTP. Mas os juízes ainda estão numa fase moderada se compararmos com o radicalismo de Vital Moreira. Para este proibía-se tudo: transmissões de touradas e organização de touradas pela RTP. Proibir, proibir, proibir. É assim a esquerda, sobretudo a que nasceu no PCP. O código genético da vocação censória revela-se sempre num ou noutro momento.
(Foto)
"Mas o problema não é a possibilidade nem a eventual bondade política de baixar a carga tributária sobre os combustíveis, mas sim a possibilidade de as finanças públicas comportarem uma volumosa perda de receita em termos de equilíbrio orçamental."
Vital Moreira, no Causa Nossa.
"A verdade é que o Governo, aflito com a despesa pública e com o risco de derrapagem das contas públicas, não tem capacidade política para abdicar de uma parcela da receita fiscal que os combustíveis lhe garantem, aliás em escandalosa dupla tributação, já que que sobre o ISPP nos cobram IVA em cada litro de combustível".
Eu, há uns dias atrás.
"O imposto sobre os combustíveis é em si mesmo justo, por onerar um produto altamente poluente e por incidir sobre os contribuintes com mais posses". Autor da frase: Vital Moreira. Eu era novito mas lembro-me de Ramiro Correia, um elemento da célebre e de má memória 5ª Divisão do EMGFA e da Comissão Coordenadora do MFA, e impulsionador das lavagens ao cérebro denominadas campanhas de dinamização cultural, vir à televisão explicar que a alcatifa em casa, o carro e o frigorífico eram bens de luxo com que a burguesia untava a sua ganância de classe e que, em consequência, havia que punir de todas as maneiras e feitios, inclusivamente a maneira fiscal. Ora, dizer-se que o imposto sobre os produtos petrolíferos onera quem tem mais posses é uma óptica MFA de ver os automóveis, mas uma ofensa a milhares de portugueses sem posses, que precisam do carro para trabalhar e que são considerados ricos pelo Governo e pelos seus apoiantes. Já não há paciência.
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