Quinta-feira, 12.02.09
Como diz o Zézé ao Toni, não sei, hesito... sa fale ou não fale do enlatado da SIC sobre a vida privada de um Salazar qualquer que a SIC descobriu e achou graça ter o mesmo nome de outro Salazar. Para quando uma série sobre a vida privada de António de Oliveira Salazar?
(Foto)
Quarta-feira, 17.09.08
O sonho de Salazar para Sines regressa pelas mãos de Sócrates. Estou mesmo divertido.
Sexta-feira, 13.07.07
"Foi, assim, no ano de 1966, com a inauguração da Ponte 25 de Abril sobre o Rio Tejo, em Lisboa, então considerada a maior Ponte da Europa. Uma verdadeira obra-prima, resultado da mais avançada engenharia do seu tempo." (
discurso de Mário Lino, na inauguração da Ponte da Lezíria). O ministro da Ota, além de iberista, é amnésico. Em 1966, tanto quanto reza a história, em cujas galerias douradas o ministro se antevê, foi inaugurada a Ponte Salazar. Se então, como diz o ministro, aparentemente preocupado com o rigor, então, a Ponte foi considerada a maior da Europa, então, digo eu, então, também devia ter chamado a ponte pelo nome que tinha. Então, claro.
Terça-feira, 12.06.07
A primeira vez que escrevi para um jornal foi uma Carta ao Director. Que jornal? O Diário Popular, o jornal que desde sempre o meu pai comprava diariamente e onde aprendi a ler e escrever de par com a antiga A Bola (além, claro, da escola), no tempo em que era preciso saber bom português para fazer jornais. Era ainda o tempo em que não se dera o homicídio dos vespertinos. Iam levá-lo a casa, da papelaria mais próxima, lá por volta das 18 horas, ainda no tempo em que em Lisboa existia a venda de bens essenciais como pão, leite e jornais ao domicílio. Cresci a lê-lo, ao sabor dos tambolhões que a história também provocou nos jornais, designadamente a esquerdização e as nacionalizações de 1975. Valeu-me que a partir do momento em que passei a dispôr de alguns escudos, ainda no tempo em que havia escudos, aprendi a contrabalançar o diário de casa com outras publicações de direita, embora raras e difíceis.
Pois bem: no dia 03 de Maio de 1979 foi publicada a minha carta ao Director, cujo nome já não recordo, embora me lembre do nome de vários Directores do jornal. E sobre que assunto versava o primitivo textinho? Sobre a usurpação pelo 25 de Abril do nome do responsável pela construção da primeira ponte sobre o Tejo. Dizia assim:" Dirijo-me (...) no sentido de protestar contra o que considero ser uma injustiça o que se está a fazer com o nome pelo qual é designada a ponte sobre o Tejo. Com efeito, todos sabemos a quem se deve a sua construção, pois se a memória dos políticos é por vezes curta, a do povo chega perfeitamente para nos lembrar que foi o Prof. Salazar quem a mandou construir, e não aqueles que na sequência do 25 de Abril têm governado o país".
Vem esta memória a propósito de
abaixo-assinado em curso de que tomei conhecimento através do
João Gonçalves. Eu vou assinar. E, já agora, tenho comigo o recorte da cartinha de 1978. Esta mania de guardar papéis...
Sábado, 21.04.07
Há uma corrente de opinião para quem aquilo que os políticos dizem do seu percurso público é irrelevante, mesmo que mintam.
Há uma corrente de opinião para quem é irrelevante saber se um político recorreu a expedientes públicos em benefício privado, para construir uma casinha, por exemplo, essa coisa modesta e irrelevante. Há correntes de opinião para quem essas notícias não deviam ser até publicadas nos jornais. A falta de vergonha com que hoje, no Portugal socialista, social-democrata, centrista, bloquista e comunista se recorre a estes expedientes é justamente o que em parte explica as saudades de muitos portugueses de Salazar. O homem, para além de ditador, era mesmo Doutor em Direito com diploma direitinho e cadeiras regularmente concluídas com avaliação e aproveitamento e era flagrantemente estúpido, pois mandava criar galinhas em São Bento para poupar ao erário público, pagando os fatinhos do próprio bolso. Como se vê, um verdadeiro inadaptado aos tempos modernos.
Quarta-feira, 28.03.07
Quando não temos tempo para fazer todas as coisas importantes é natural que deixemos as inúteis para trás. Foi o que me sucedeu com o Concurso meio parvóide de que toda a gente tem falado nos últimos dias, como se não houvesse problemas presentes para discituir e resolver. Ainda assim, deixem-me que vos diga uma coisa: estranho muito que as virgens ofendidas com o significado de Salazar ter ganho não ajuizem simetricamente o facto de em segundo ter ficado Cunhal. Sim, esse mesmo. Cunhal. Ou seja: o país está na mesma. E nem era preciso o Concurso para se perceber isto.
Segunda-feira, 26.03.07
"Isto precisava era de um Salazar para acabar com os telemóveis e com os parquímetros". Português de lei, hoje às 9 da manhã na papelaria aqui da rua. Como é que o dia não me há-de correr bem com uma inspiração destas?
Terça-feira, 20.03.07
Cravos vermelhos para António de Oliveira Salazar, ou de como na Rússia existe quem ache que a esquerda portuguesa terminou com um processo de modernização de Portugal em 1974 e que a Rússia viverá sob o governo de Putin florescimento económico igual ao que Portugal experimentou com o Estado Novo. No imprescindível
Da Rússia, de José Milhazes.
É uma das discussões da moda. Por causa do museu, por causa do concurso estapafúrdio da RTP, aliás, cheio de manobras e mistérios, por causa dos complexos do passado, porque, no fundo, discutir Salazar, o Fascismo, a Ditadura, o Estado Novo, é discutirmo-nos a nós próprios. Tem havido muitos e bons contributos para esta discussão, tão atreita à paixão e à parcialidade. Destaco, fora destes contextos deturpadores,
dois contributos de Tiago Barbosa Ribeiro, no seu excelente
Kontratempos. Um dia destes também direi umas coisinhas sobre o assunto.
Segunda-feira, 05.03.07
Vai uma pessoa durante quatro humildes dias ao estrangeiro e quando volta parece encontrar um país diferente. Uma manifestação em Santa Comba Dão a favor de um Museu sobre Salazar e o Estado Novo. A favor de um Museu?! Mas há alguém contra, a pontos de ser preciso fazer uma manifestação? Será proibido fazer Museus sobre a História de Portugal? Há pedaços de História proibidos? Evidentemente que não estou a contar com os censores do Bloco de Esquerda, recentemente despachados para a prateleira das inutilidades com a gloriosa vitória do Sim no referendo sobre a liberalização do aborto.
Quinta-feira, 15.02.07
Antigamente havia o lápis azul. Agora, por vontade dos
democratas vermelhuscos, haveria o lápis vermelho. Eu já disse aqui que acho essa coisa dos Grandes, dos Pequenos, dos Melhores e dos Piores portugueses um refinado disparate. Mas com coisas destas até dá vontade de começar a ver... O Portugal do Bloco não seria a preto e branco, como foi o de Salazar, seria a
vermelho e branco, como teria sido o de Cunhal, como é o de Fidel, como é o da Coreia do Norte. Tudo, claro, em nome da liberdade e dos mortos. Os mortos servem para
tudo nas ditaduras. É de agradecer ao
Daniel Oliveira a franqueza. Poupa várias explicações para mostrar a verdade. E a verdade é natureza censória e anti-democrática do
bloquismo.