O Novo Exército Vermelho retirou-se estrategicamente, depois de ter feito uma incursão dissuasora em território inimigo.
A Rússia reduziu o fornecimento de gás natural à Europa para metade. O novo Exército Vermelho chama-se Gazprom.
A câmara alta do parlamento russo aprovou hoje por unanimidade uma emenda à Constituição que prevê que o mandato presidencial passe de quatro para seis anos. Todos os 142 senadores presentes votaram a favor. Agora: adivinhem quem vai beneficiar desta nova norma, adivinhem lá, sim, há tempo, não são necessárias precipitações. Hum, o quê, um certo Primeiro-Ministro? Hum...
O presidente da Tchechénia espera uma afluência às urnas de cem por cento ou até mais. Nem era de esperar outra coisa deste valente democrata.
Ora aí está o que todos previam: a verdade caucasiana é a anexação dos territórios georgianos pela Rússia. Tudo vai fazendo o seu caminho. Este facto demonstra, aliás, a diferença que existe entre o que se passou no Kosovo, independentemente da posição que se tenha sobre a sua independencia e aquilo que a Rússia está a fazer no Cáucaso. Acabou o argumento do paralelismo entre as duas situações, utilizado pelo Kremlin. Mas é preciso calma, muita calma, nada de precipitações.
Chamem-lhe o que quiserem, com as especificidades que quiserem. Como eu parecia adivinhar, a Rússia quer reconstituir um bloco de influencia económica, política e geo-estratégica.
A propósito da nova situação no Cáucaso, da invasão da Geórgia e do separatismo ossetiano e abkhaziano, lembrei-me deste texto que publiquei há uns meses no Corta-Fitas. Parece que estava a adivinhar...
O Tomar Partido teve involuntário mas oportuno acesso ao correio diplomático entre a Soeiro Pereira Gomes e o Kremlin relativo ao mês de Agosto. Dada a importância política e a actualidade do texto descoberto não resisto a partilhá-lo convosco.
Camarada Vladimedvedev,
O PCP está solidário com a brilhante acção geo-estratégica levada a cabo pelo Exército avermelhado na traidora Geórgia e apoia, em nome da Paz e da Harmonia entre os povos o reconhecimento da separação dos povos ossetiano e abkhaziano da traidora Geórgia. O PCP e a sua vanguarda de luta parlamentar, a que nas democracias burguesas chamam de grupos parlamentares, esperam que o camarada Vladimedvedev compreenda agora a razão que levou os comunistas portugueses a votarem contra os protestos que as forças fascistas fizeram aprovar no parlamento contra a repressão chinesa no Tibete. Não que a vanguarda parlamentar do PCP não tenha percebido a manobra do inimigo chinês, contrária à Paz e aos direitos elementares do povo tibetano à liberdade e à democracia. Mas, antevendo a brilhante estratégia em curso de reunificação soviética levada a cabo sob a iluminada liderança do camarada Vladimedvedev, achou-se prudente preparar o terreno para sustentar uma posição coerente sobre o Processo de Reunificação Em Curso, mais conhecido na democracia burguesa portuguesa por PREC.
Mas, camarada Vladimedvedev, não é apenas esta a razão deste missiva confidencial. Há outra. O PCP está preocupado com a manobra de vasta propaganda levada a efeito pelo inimigo chinês a propósito da realização dos Jogos Olímpicos. Parece que o inimigo chinês também está a realizar um Processo de Remaotização Em Curso, mais conhecido na democracia burguesa portuguesa por PREC. Senão, repare o camarada Vladimedvedev: metade da população mundial já troca Pequim por Beijing, como se o inimigo chinês tivesse mudado de sítio ou de capital, sabendo nós muito bem que Beijing não é senão a mesma Pequim que desafiou ao longo de décadas o camarada José, o camarada Nikita, o camarada Leónidas e os demais camaradas sucessores.
O pior, camarada Vladimedvedev, o pior mesmo, é a enorme negação da verdade revolucionária que o inimigo chinês desenvolveu, numa estratégia contrária aos interesses da Paz e dos povos de todo o mundo. A verdade, verdadinha é que não foram nem a China nem o seu amigo imperialista Bush que ganharam mais medalhas. Quem ganhou mais medalhas foi a Rússia reunificada. Esta, sim, é a verdade a que todos os povos do mundo têm direito, como se dizia no glorioso jornal independente "O Diário", que tantas lutas ganhou em nome dos trabalhadores portugueses e dos povos de todo o mundo e que foi assassinado às mãos dos interesses capitalistas mais obscuros da Trilateral imperialista e das restantes forças da reacção e da exploração do homem pelo homem.
Basta fazer contas, camarada Vladimedvedev: junte-se a Rússia, a Ucrania, a Bielorússia, a ainda traidora (esperamos aqui na Soeiro que por pouco tempo, camarada, por pouco tempo!) Geórgia, o Cazaquistão, o Azerbaijão, o Uzbequistão, a Letónia, a Estónia, a Lituânia, o Quirguistão, o Tadjiquistão e a Arménia, tudo departamentos da gloriosa Rússia em Processo de Reunificação, e o camarada Vladimedvedev verificaria que o medalheiro olímpico registaria um total de 43 medalhas de ouro, 45 medalhas de prata e 82 medalhas de bronze, num total de 170 medalhas. Ora, o inimigo chinês arrecadou um total de 100 medalhas e o imperialismo americano arrecadou umas ridículas 110 medalhas. Por aqui se vê a superioridade do homem novo soviético. Perdão, do homem novo Vladimedvedevénico. Isto para já não falar na saudosa República Democrática Alemã, que a não ter sido derrotada pelas forças fascistas da Alemanha Ocidental ainda mais contribuiria, graças aos conhecidos métodos químicos revolucionários, para sublinhar a superioridade molecular do Homem e da Mulher Revolucionários.
Camarada Vladimedvedev: a luta dos trabalhadores e os interesses da Paz mundial exigem a reposição da verdade. Nem que seja através de uma edição extra do Pravda, a que aconselhamos que o camarada chame outra coisa qualquer para não levantar suspeitas.
Sempre ao dispôr dos camaradas destinatários,
Jerónimo
Nota Final (PS é expressão banida do nosso vocabulário já que se presta a uma utilização propagandística pelo Governo do fascista Sócrates): Aguardamos conselho pedido há dois anos acerca da Festa do Avante deste ano. (O Cartaz revolucionário pertence ao Flaviense)
E pronto. Estou inaugurado, implodido, panegiricado e vituperiado. Os Novos Czares já podem ser lidos no Corta-Fitas. Para desanuviar da apagada e vil tristeza do quotidiano doméstico. E para corresponder a amável convite dos corta-fiteiros. Ah e não pedi para mudarem a cor da passadeira. Obviamente, como o próprio nome indica, a passadeira vermelha é vermelha. Nada a fazer quanto a isso.
A Nova Democracia convidou Garry Kasparov a visitar Portugal. O ex-candidato presidencial russo e ex-campeão mundial de xadrez admitiu aceitar o convite nos próximos meses. Seria sem dúvida um excelente momento para lembrar, denunciar e debater a situação anti-democrática da Putinolândia.
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