Ler também "Ganhar e Perder", pelo João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos. Videos aqui, n' A Bola.
"Há 20 anos toda a gente se lembrava do "Sobe, sobe, balão sobe", da Manuela Bravo, a música que ganhou o Festival da Canção. Hoje, ninguém sabe quem ganhou o Festival da Canção. Isto não é mau, é bom! Mas o que é interessante é que há 20 anos todos tínhamos assunto comum para trocar opiniões. Eu podia detestar o "Sobe, sobe balão sobe", mas sabia que ele existia. Portanto, a primeira grande diferença é a enorme fragmentação dos assuntos. Consumimos informação de todos os meios e feitios e passámos a ser editores daquilo que queremos ver. Às vezes estamos perdidos, às vezes não sabemos o que queremos ver ou o que devíamos ver. Uma parte do país ignora o que se está a passar na política ou no desporto, não sabe quem são os candidatos autárquicos, mas de repente a sua atenção está centrada num assunto muito específico que só interessa a uns quantos."
Declaração de interesses: considero Pedro Bidarra o melhor criativo da publicidade em Portugal. Posto isto, aconselho vivamente a leitura da sua entrevista de hoje ao "i". Quem melhor que um publicitário para nos dar a conhecer a vida de todos os dias e como ela muda todos os dias sem que nós, que a vivemos, muitas vezes demos por isso?
Morreu Bobby Robson. Um senhor do futebol. Tenha lá andado por onde tiver andado.
Sobre Michael Jackson é ler Luís Bonifácio, no Nova Floresta. Na morte como na vida. Ainda bem que há pessoas cuja arte supera causas fracturantes para brancos como a violência doméstica e a exploração do homem pelo homem. O mais é-me memória presente de momentos inapagáveis que vivi ao som da sua música e o deslumbramento que era vê-lo exibir a sua arte.
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Uma das muitas actividades em que a minha amiga Fátima se envolve miltantemente.
Um amigo deu-me a notícia há poucos dias de que Carlos Candal estava gravemente doente. Não sabia. Carlos Candal era um político como já não há. Frontal, acutilante, à moda antiga. Era daqueles que se amava ou odiava. Fazem falta mais destes quando olhamos à nossa volta e vemos tanto calculismo, tanto oportunismo, tanta maquilhagem. Para quem gosta do combate político Candal era uma delícia. Para maiores de 18 anos.
Morreu hoje Socorro Tellado Lopez. Nome de guerra: Corin Tellado. Mais de quatro mil romances, daquele estilo de livro denominado "literatura de cordel". A espanhola mais lida depois de Cervantes, o que é certamente uma maçada para a imagem do país vizinho. Cresci a ver os seus livros nas bancas e escaparates onde eu comprava o Falcão, o Mundo de Aventuras e A Bola de Vítor Santos e Aurélio Márcio. Antes de alguém inventar a expressão "literatura light" Corin Tellado dedicou-se metodicamente a produzi-la. Se existissem hipermercados nessa altura, qual José Rodrigues dos Santos, qual Miguel Sousa Tavares, qual Dan Brown, qual quê! Seria Corin Tellado a grande campeã de vendas. Ela era a grande superfície da leitura.
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Mais dúvidas inocentes: durante quanto mais tempo durará a coluna de João Miguel Tavares no DN? E quanto tempo teremos de esperar para ver os seus e as suas colegas, em espaço de opinião ou em prime-time, a saírem em sua defesa e em defesa da sempre invocada liberdade de expressão? Um caso a seguir meticulosamente, até porque se existem causas fracturantes em Portugal neste momento, que deviam merecer destaque em todos os espaços de opinião livre, são justamente a corrupção, a traficância, os compadrios, as pressões do poder absoluto do actual sistema, não apenas na Justiça, mas também na comunicação social.
Alfredo Farinha, antigo jornalista de "A Bola", e um dos mais conhecidos e antigos jornalistas desportivos portugueses, morreu hoje aos 83 anos, noticiou A Bola. Alfredo Farinha era um jornalista da velha geração, que fez de A Bola o jornal onde durante anos a fio aprendi bom português lendo sobre desporto. Pessoa frontal e desassombrada, deixa um vazio. Um vazio mesmo.
A homenagem chega sempre tarde, por Pedro Correia, no Delito de Opinião. Ainda ontem comentava exactamente o mesmo com um colega do João.
JOÃO MESQUITA, 1957-2009
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O Luís Bonifácio, no Nova Floresta, faz a única evocação que encontrei na blogoesfera (perdoem-me se há mais alguma...) de Conchita Citron, a pioneira da tauromaquia feminina, que morreu no passado dia 17 de Fevereiro.
Nasceu um blogue de homenagem ao meu amigo Elpídio Sousa. Em boa hora. É o Orgasmo dos Sentidos.
Orlando Castro, uma das vítimas da onda de rescisões no grupo Controlinveste, evoca apropriadamente o meu amigo José Saraiva, antigo Director do Jornal de Notícias e deputado soarista socialista. Muito, muito oportuno.
O que se esperava aconteceu: o Abrantes F. C. foi suspenso por dois anos das provas federativas, tem multas para pagar, um passivo de 200.000 euros para regularizar e foi despejado do Estádio Municipal pela Camara por falta de pagamento de rendas. É apenas mais uma história como tantas outras no futebol português. Chega um génio faz-tudo ao clube e desata a contratar jogadores e despesa, com mais olhos que barriga. Obtém resultados e uma ascenção meteórica dos distritais à II Divisão. Um dia chega a factura e o bébé cai nos braços de um homem sério, o meu amigo Alberto Lopes, ainda hoje presidente do clube. Por contingências da minha vida profissional pude acompanhar o esforço diário para aguentar o barco. Ao ponto de o próprio presidente se tornar um credor do clube. Movem-se montanhas para acabar com os rabos de palha mas a tarefa revela-se impossível. Dívidas caiem sobre dívidas, processos de jogadores a exigir pagamentos em atraso uns atrás dos outros. O génio da despesa anda por aí como se nada fosse. O clube está nas lonas e Abrantes, que tanto precisava do Abrantes F. C., está mais pobre. Daqui envio um abraço ao Alberto. O futebol português não seria a casa de má fama que é se houvessem mais como ele.
O Pátio de Letras é uma livraria de Faro, que tem um interessante projecto de Espaço de Memória, que é da responsabilidade de José António Barreiros, por sua vez Advogado-Blogger de excelencia. Além disso, promovem-se por lá conversas, debates, tertúlias, sobre livros e sobre a vida, que é do que falam todos os livros, cada um à sua maneira. E, como não podia deixar de ser, tem um blogue. Já agora: é a única livraria do país onde se pode adquirir a versão impressa deste livro.
ACTUALIZAÇÃO: Entretanto e sobre o tema do livro, face a esta notícia talvez seja então a altura de apressar a leitura, à espera do segundo volume.
Ando há tempos para escrever isto. É hoje. Para mim, o melhor cronista a escrever na imprensa portuguesa, hoje em dia, é João Pereira Coutinho, na Única. Os seus Inferno, Purgatório e Paraíso são certeiros.
Efeitos secundários da crise no CDS revelam-se no Nortadas. José Mexia sai. Eu, que nada tenho que ver com o CDS, nem com o Nortadas, do qual habitualmente discordo em geral, nem com o José Mexia (idem), digo que é uma pena ele sair do Nortadas se não continuar noutro blogue qualquer. E é tão fácil criar um blogue...
João Tunes põe o dedo na ferida relativamente a Manoel de Oliveira. Os comuns para adoptarem um artista têm de o compreender. O que não significa que não existam artistas de culto, como se costuma chamar, só acessíveis a uma minoria e por ela ungidos nos prémios e nos adjectivos internacionais.
Julgo que o maior cineasta do mundo não foi ainda adoptado pelos portugueses comuns. Não sei se é bom, se é mau, a maioria dos comuns não conhecerem e/ou não gostarem do cinema, da arte, de Manoel de Oliveira. Tenho é a certeza que Portugal tem, reconhecidamente um artista de dimensão mundial que aos cem anos continua a trabalhar, desde os tempos em que começou a fazê-lo ainda com o cinema mudo. Impossível ficar indiferente.
Morreu Ali Alatas, antigo ministro dos Negócios Estangeiros da indonésia. Era um diplomata em todo o sentido da palavra. De apoiante da ocupação indonésia de Timor até artífice da negociação que permitiu a transição, Ali Alatas ganhou assim um bizarro lugar na prória história de Timor.
Aristides Teixeira quer ser "o Obama português". Hoje, com esta declaração, ninguém vai pregar olho no Possolo, mas em contrapartida Louçã respira de alívio, visto que não vai ter de se sacrificar outra vez nas próximas eleições presidenciais de 2011. Só é pena o candidato já não ser Presidente da Associação Democrática da Ponte 25 de Abril. Sempre facilitava mais um bloqueio.
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A investigadora Elvira Fortunato, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (UNL), venceu uma das Bolsas Avançadas do European Research Council, no valor de 2,25 milhões de euros. Elvira Fortunato, de 44 anos, é actualmente directora do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat) da UNL e foi notícia esta semana por ter publicado, em conjunto com mais cinco colegas do seu centro de investigação, um artigo científico que descreve o primeiro transístor com papel. Isto, sim, são elites.
O meu amigo José Alberto Braga, ademais emérito jornalista, lançou ontem no Leblon, na Livraria Argumento, ali ao Rio de Janeiro, as suas Fábulas Imorais, com prefácio de José Eduardo Agualusa, edição da Gryphos. Mal me chegue um exemplar aqui registarei o devido comentário.
É quando é difícil que ela é precisa. É nos momentos em que tudo cessa á nossa volta e o que é realmente importante se impõe à agenda, ao dia-a-dia, ao exterior, que ela é precisa. Porque há uma inelutável solidão nas dificuldades. A solidão do sentir o que ninguém sente por nós. É ainda aí que ela é precisa. A força. Há que a ter. Os outros só podem ajudar a ter mais. Força.
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Nascidos a 4 de Julho há muitos. Mas melhores que o José Manuel Barão das Neves é que não há. Parabéns, grande Zé!
Entre os nascidos no dia 29 de Junho é mister aditar o meu amigo António. Parabéns!
Alfredo Saramago, autor de várias obras de história e antropologia das tradições gastronómicas portuguesas, morreu hoje, aos 70 anos. Não o conhecia pessoalmente. Lembro a sua figura imponente na Praia Verde, onde o via regularmente. Mas lembro sobretudo os conhecimentos gastronómicos que transmitiu ao longo da vida. Ainda ontem estive com o seu guia gastronómico do Alentejo nas mãos, em cujas páginas mergulhamos no Alentejo profundo, sempre em redor do prato. Um personagem sem igual na cultura portuguesa.
Uma das grandes heroínas polacas da Segunda Guerra Mundial, Irena Sendler, que salvou a 2.500 crianças judias do gueto de Varsóvia, morreu. A partir do Outono de 1940, passou a correr muitos riscos ao fornecer alimentos, roupas e medicamentos aos moradores do gueto instalado pelos nazis. Irena Sendler conseguiu retirar clandestinamente milhares de crianças do gueto e alojava-as entre famílias católicas e conventos. As crianças eram escondidos em malas e retiradas por bombeiros ou em camiões do lixo. Nalguns casos, chegavam a ser escondidas dentro dos abrigos de pessoas que tinham autorização para entrar no gueto. Irena Sendler é um exemplo de gente realmente importante, de que importa preservar a memória.
O meu amigo Rui Costa Pinto começou uma nova vida. Criou uma editora, cujo sítio acaba de ser colocado on line. Talvez um dia se escreva um livro a explicar como se passa de jornalista a editor. Para já vale a pena visitar o sítio e ajudar uma micro-empresa. O sítio é arejado e moderno (não é uma alegoria ...). Um projecto a acompanhar com interesse. Até porque vêm lá livros bem interessantes. Aqui fica um cheirinho.
De um blogue podem nascer várias coisas. O Ofício Diário já deu um livro e agora vai dar uma exposição de pintura. O artista é Torquato da Luz, e a exposição poderá ser vista na Junta de Freguesia de S. João de Brito, em Lisboa, na R. Conde Arnoso, nº 5, B. A inauguração é já no dia 22 de Abril, pelas 19 horas.
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