Quinta-feira, 19.11.09

Confesso que uma minhas paixões antigas é o coleccionismo de postais antigos. Perdi-me horas nas descobertas do passado dos locais onde hoje via cores, prédios, edifícios, mudanças. O problema era obviamente a capacidade aquisitiva para a construção patrimonial correspondente. Hoje, descobri este blogue. Não hesitei um segundo: dei folga à Destreza das Dúvidas e decidi viajar de novo, agora com as vantagens inerentes às novas teconologias. Hugo, Lusapens e João Cristiano dão vida ao Portugal em Postais Antigos. É o Blogue da Semana aqui no Tomar Partido.Boa viagem a todos.



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Quarta-feira, 18.11.09

Não está escrito em lado nenhum que o biorritmo só cresce. Também desce. Hoje é o caso. Pronto. É questão de esperar. E recomeçar. Com a fotografia nova que recebi no telemóvel e que apaguei com o meu providencial jeito para as tecnologias. Vem outra a caminho, para a montanha russa recomeçar a subida até aos céus infinitos da eternidade.

 

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Terça-feira, 17.11.09

Dizem-nos os registos que em 2005, Portugal assegurava, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, não ter havido voos de aparelhos da CIA em território português, "desde a tomada de posse” do XVII Governo. Haja memória.



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Domingo, 15.11.09

Pode estar uma partícula de felicidade num singelo arrebatamento pelo puxão insistente do sono e deixar-mo-nos sucumbir simplesmente, deixando todas  as metafísicas do mundo para o lado, na berma da estrada à espera que entretanto lhes mudem os pneus. Ou que lhes troquem as fitas das gravações. Às vezes dá muito jeito pensar que afinal não era a nossa voz, o nosso desejo, o nosso projecto que se ouviam das transcrições que o dia-a-dia foi de nós fazendo e que disso já somos feitos.


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Quinta-feira, 12.11.09

Em tempos fui amavelmente convidado pelo João Gomes, salvo erro, para participar num blogue colectivo cheio de socialistas, credo!..., ao que me diziam. Até lá escrevinhava o Rui Paulo, posteriormente promovido ao estrelato dos estios de 2009 e com quem tive o prazer, que espero, aliás, repetir de ter uns simpáticos debates políticos na TV NET. Depois, preguiçoso, deixei andar e pouco escrevia. Depois, muito justamente e sem que tenha dado oportunamente dado por isso, fui despromovido a colaborador pontual do Camara de Comuns, nome muito certeiro politicamente e simpático civilizacionalmente. Agora, leio que o Paulo Ferreira informa acerca de uma pausa sabática e lá  vou eu, já deslumbrado com um escandaloso oportunismo, à boleia do pretexto. E eu, para aqui danadinho para pôr alguma ordem na minha blogoactividade, confesso, aproveito-me e sigo o rumo. Foi um prazer o convívio e um dia vemo-nos por aí. Agradeço apenas a paciência do convite, a tolerancia da leitura e o desaforo da falta da assiduidade.



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Desculpe-me lá a urgência da Pátria e a importância dos elementos de que a Natureza nos molda. Mas hoje, a minha dúvida, é saber que resposta dar a um pedido de alunos. E se a marosca mete futebol - eles sabem tentar-me... - então a dúvida é promovida a suave tortura...



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Horas ondulam entre o ser dia ou ser noite ou ser nem dia nem noite, porque não há, sem as horas saberem dizer-me se é noite ou se é dia porque elas também não sabem. Ou se são horas de que é que são horas. O tempo foi inventado, não me mintam mais. O tempo é o que o vibrato de dentro me diz, por entre sombras verdadeiras e sombras falsas, entre sombras inventadas por dedinhos da China, e sombras reais que já não conseguiram fugir a tempo de serem inventadas. Horas são o carrossel. Alguém liga ao céu quando anda no carrossel? Não. Liga aos bonecos, ao realejo e aos gelados.

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Domingo, 08.11.09

Em cada instante das nossas vidas se podem aprender coisas que ignorávamos que nos podiam fazer viver melhor. Por exemplo, não é preciso ser médico, muito menos gostar de tê-lo sido, para, mediante uns exercícios respiratórios simples, conseguir a lobrigar a paz pulmonar ( o muro caiu há 20 anos, perdoe-se a tentação linguística...). Não podem, pois, imaginar o prazer que dá fazer o flirt da autoterapia apenas para preparar um longo namoro com a noite e com as deambulações pelas palavras que ele sempre inesperada e surpreendentemente nos proporcionará. Quando conseguimos lá chegar e conseguimos porque alguém nos ensinou a conseguir chegar lá, não sei se saberia conseguir descrever-vos a sensação de vitória absoluta que isso nos transmite. Terminada essa parte da função ritual, outro ritual se torna então essencial para o sucesso global da liturgia. Os sítios das coisas têm de estar nos sítios das coisas. A ideia é a que o segundo, o minuto, a hora são irrepetíveis e têm de ser impecavelmente imperfeitas. E essa vitória sobre nós próprios, essa singela vitória de nos conseguir pôr a respirar bem, coisa demasiado modesta para os grandes desígnios nacionais em exercício na pólis, dá-nos então uma força absolutamente única para começar novas viagens de vida, de vida pura, sem mais que não palavras para viajar.


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Sábado, 07.11.09

Ainda um bocado cansado de subir a monumental escadaria principal do Palácio de Inverno, trocam-se-me involuntariamente as horas. O mecanismo horário universal, desculpem-me lá oh matemáticos, ainda tem muito que contar. É que se é universal tem de bater certo entre o físico e o emocional. Ora, nesse ponto, estamos muito desencontrados. O silêncio docemente profundo da noite invade a tarde já invernosa e cinzenta que anuncia os fusis e as baionetas das noites do sangue revolucionário. E, mesmo assim, sabendo que o sangue, por horas, jorrará imbativelmente pela história dentro, a cor adoçicada do céu báltico parece tudo anestesiar, como se entrasse derradeiro, num paraíso apenas perfeito de liberdade musical.

 

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Estava aqui hesitante entre la siesta, o Expresso, o livrinho sobre regionalização do meu ex-colega deputado Carlos Brito, até que me decidi. Vou até ali dar uma volta ao Ermitage, em Sampetesburgo. Até logo.


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Sexta-feira, 06.11.09

Nas traseiras do meu quarto existem umas velhas águas furtadas furtivas. São irresistivelemente feias e velhas. Também são traseiras. A tinta descarnada ao longo de décadas de exposição aos elementos deixa-se descarnar às lascas, já sem cores existentes em quaquer catálogo de tintas de alfarrabista. Têm gente, mas não parece. Têm movimento interior, mas pararam no tempo. Têm gatos à volta, mas não se vêem espinhas de peixe, nem detritos urbanos como na estatuária chique do Rossio e dos Restaurdores. De súbito, do breu, irrompem duas luzes. Uma branca em metade de uma janela, outra encarnada na outra metade. Tremlicam. Piscam. Resistem. Apagam-se e eu com elas, sucumbo com a minha depauperada íris à poderosa pálpebra. Mas e de  repente, um ténue clarão reacende a meia luz branca e a minha davidiana íris vinga-se e bate a quadriga das golianas pálpebras.


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Quinta-feira, 05.11.09

Há horas felizes. São aquelas em que saiem os pregões dos prémios dos jogos organizados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Há horinhas felizes de outro tipo, que são aquelas em que o tempo as parece despir, desnudar silenciosamente dos barulhos de que habitualmente as vestem para os disfarces do dia-a-dia, e em que já nem reparamos. E, de repente, em pezinhos de lã, lá nos aparecem essas mesmas horas, de mansinho, quase sem se dar por isso, em que de repente, o tempo virou outro. Nesse outro tempo em que por milagre se pensam noutras coisas, se vêem outras coisas, umas claras, outras escuras, outras sempre. E é assim como renascer outra vez para um começo.

 

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A partir de hoje inicio uma colaboração regular no semanário O Templário. Trata-se de um antigo, prestigiado, histórico e dinâmico semanário de Tomar, o qual fez acrescer ao seu prestígio comunicacional de décadas, uma função política de defesa da Liberdade no período das ameaças a essa Liberdade e à Democracia que Portugal viveu em 1975, por força da tentativa totalitária protagonizada pelo PCP e forças políticas de extrema-esquerda, ainda existentes mas felizmente vencidas. Não esqueço Fernanda Leitão, então Directora do jornal, que nessa altura fez das tripas coração para manter à tona um título de comunicação livre e combatente.

A crónica chama-se "Levada da Breca", o que tem um significado local simbólico, pelo nome escolhido. Esta é a primeira.

 

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Súbita, inesperada, uma cor plúmbea tinge o céu chuvoso, alastrando uma tranquila e anestesiante inspiração para melhor ver os caminhos que temos à nossa frente. Não sei explicar melhor. Creio-me no alívio de que também que não vos fará falta tal explicação.


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Ela, a pálpebra, voltou. Ela, a iris, resiste. Hoje, acho que nem a questão do empate se põe. A pálpebra esmaga. Um dia duro, no físico, e na mente. Demasiado duro para joguinhos de xadrez virtuais.


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Quarta-feira, 04.11.09

Chegou a hora fatal entre a força da pressão da pálpebra e a resistencia tenaz da iris. Hoje, não estou tanto Kasparov, mas mais Karpov envelhecido, KGB reformado e exaurido de tanta vigília, que deixou escapar debaixo das minhas barbas, túneis subterraneos no subsolo do inexpugnável muro de berlim que caiu faz 20 anos no próximo dia 9.


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A vida decorre em linhas paralelas de Moebius, que se conhecem mas não se encontram, nem qundo se cruzam. Um desses momentos acontece quando sentimos nitidamente que há várias coisas a acontecerem ao mesmo tempo e não as conseguimos senão sentir a acontecer, sem nunca as vermos ou sequer tocarmos-lhas. Quando parece que vamos chegar lá, algo de súbito, imprevisto, rápido, acontece e as evita. Então, desce um estranho silêncio sobre os nossos arredores íntimos e exteriores, como se uma estranha unidade envolvesse uma totalidade de ser pleno. Quando chego a este ponto, pergunto-me se não andará por perto, afinal, a eternidade.

(Fita de Moebius)


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Acabo de receber um mail a oferecerem-se-me para adquirir a minha modesta viatura para abate sucateiro. Hum..., logo hoje, isto não me está a cheirar nada bem...


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Terça-feira, 03.11.09

Caiem sempre, sem descanso, trituradoras dos sentidos, aos trambolhões, dia após dia. Vão caindo, sem nexo, escorrendo esparsas, com sentidos cruzados, desencontrados, de manhã, à tarde, à noite. Vamos desligando delas a cada segundo que vai passando na ampulheta. A certa altura, um divórcio irreversível ocorre. Cada som para seu lado. Elas soam para um lado, nós olhamos para outro. Para sempre, convictamente para sempre. E, de repente, cai-nos em cima a palavra única, a única, de que precisávamos. E tudo recomeça com um novo sentido. Para sempre com um novo sentido.


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Não há resposta porque não há palavras, pronto.



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A pálpebra abre as hostilidades e faz avançar peão de rei. A palavra faz defesa inglesa. Os bispos estão atentos, mas o cavalo promete baralhar o contra-ataque. Por mim, avido já: estou com paciencia de Kasparov...


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Segunda-feira, 02.11.09

E tenho eu a mania de que sou perfeccionista. Tenho passado a tarde a catar gralhas de textos no Tomar Partido... tem mas é juizinho, pá e deixa-te lá mas é de caganças...


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Cá estão as brincalhonas a meter-se comigo. Elas sabem que me tentam, que me viciam, que me arrastam sem cessar para um contínuo de emoções que me apetece ir mosaicando, aparentemente sem nexo. E sabem, as matreiras, que não posso dar-lhes a liberdade que os compromissos, esses sim, das oito da manhã me impedem de as foralar.


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Domingo, 01.11.09

Aqui.



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Chega agora, previsível, uma hora nova para mim, que tenho saboreado nos últimos dias. Uma hora em que eu luto comigo por uma de duas liberdades. A liberdade de sucumbir ao sono e a liberdade de ganhar ao sono para continuar a ler um sem número de textos que se me vão impondo inesgotáveis e infindos.


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Sábado, 31.10.09

Esta luta competitiva entre ceder ao sono e vencer o sono, para continuar a perceber-me. Não sei quem a ganhará. Presumo que a pálpebra, claro. É que somos primeiro natureza, cronologicamente falando. E é natural que a pálpebra vença primeiro a percepção, do que a percepção vença a  pálpebra.


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Sentir o lento e suave desfazer da luz do fim de tarde, de modo sereno, é apenas uma dádiva. Um suave torpor que se abate sobre um torvelinho de frases que gostaria de ter escrito durante o dia, na vã e presunçosa expectativa que uma mera eternidade, um dia, as revelasse inesperadamente num alfrrabista de vão de escada. Para que a minha vaidade se bastasse na verificação de que alguém tinha reparado naquele tipo.


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Sexta-feira, 30.10.09

As escolhas Blitz para os 25 melhores albuns de música portuguesa:

 

Anos 60

1. Carlos Paredes - Guitarra Portuguesa
2. Amália Rodrigues - Busto
3. José Afonso - Cantares de Andarilho
4. Filarmónica Fraude - Epopeia
5. Alfredo Marceneiro - The Fabulous Marceneiro

Anos 70

1. José Afonso - Cantigas do Maio
2. Carlos Paredes - Movimento Perpétuo
3. José Mário Branco - Mudam-se Os Tempos, Mudam-se as Vontades
4. Amália Rodrigues - Com Que Voz
5. Carlos do Carmo - Um Homem na Cidade

Anos 80

1. Rui Veloso - Ar de Rock
2. Heróis do Mar - Heróis do Mar
3. GNR - Independança
4. Fausto - Por Este Rio Acima
5. Madredeus - Os Dias da Madredeus

Anos 90

1. Pedro Abrunhosa – Viagens
2. Mão Morta - Mutantes S. 21
3. Ornatos Violeta - O Monstro Precisa de Amigos
4. Rui Veloso - Mingos & Os Samurais
5. Ornatos Violeta - Cão

Anos 00

1. Humanos – Humanos
2. Camané - Esta Coisa da Alma
3. Dead Combo - Vol. 1
4. Sam The Kid - Beats (Vol.1)
5. Rodrigo Leão - Cinema

 

O Partido que eu tomo:

 

1. Carlos Paredes - Guitarra Portuguesa

5. Carlos do Carmo - Um Homem na Cidade

5. Madredeus - Os Dias da Madredeus

5. Rodrigo Leão - Cinema

 

Prontosssssssssss. Agora chamem-me lá fassissta...

 



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Quinta-feira, 29.10.09

Teria feito 80 anos no dia 24 de Outubro. Nuno Abecassis. Não esqueço. O que fez. O que me ensinou. Os exemplos. A virtude que só os sábios são capazes. A lealdade. A capacidade de olhar uma cidade pelos olhos das pessoas que lá vivem. A insatisfação permanente. A exigencia de mais um folego quando o julgávamos já a dormir. E ainda de mais outro folego, quando julgávamos já lhe ter excedido as melhores expectativas. Tudo. E tanto pigmeu que nem sabe nem sonha...

 

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Depois de notícias inesperadas de fim noite, de uma vagas, mesmo vagas leituras de fim de noite, de uns quantos devaneios de absurdo silêncio pelas fraquezas da vida e pelos sortilégios de umas sirenes anónimas algures entre sinistros longínquos e para mim anónimos - curioso como um sinistro que não vemos é para nós um sinistro anónimo que não existe portanto - reencontro, lento, seguro, progressivo, com o alastrante silêncio da noite que nenhuma palavra derrota, nenhum som contamina, apenas um pombo aqui à entrada da janela do meu quarto vem perguntar de mim. Pisco-lhe o olho. Ele, impávido, fita-me. Nem uma inesperada migalha de pão parece ter força para afastar o olhar fito desta criatura do meu olhar fito no olhar fito nele. Ou será o breu que lhe furta a migalha? A noite, há-de, pois resolver. Ele não resistirá à migalha. Eu sei, é a natureza. Eu, sucumbirei a contra-gosto à força irresistível da pálpebra que quebra. Eu sei, é a natureza.

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Quarta-feira, 28.10.09

No Comunicar a Direito.



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Devagar, devagarinho, aproxima-se em chinelinhos de lã a póxima época natalícia. Como ultimamente tenho perdido um bocado a timidez, desde já sugiro a amigos, conhecidos, beneméritos que não se coibam de me olissiponar abundante e convenintemente no sapatinho. Sintam-se completamente à vontade. Não se inibam.



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Há rastos e rastos e rastos. Há uns que sentimos como nos apetece sentir que os deixámos. São os os rastos democráticos, dóceis, alucinogénios, de certa maneira hipócritas, que nos deixam a liberdade de sentir o significado que o nosso atávico egoísmo nos apetece atribuir-lhes. Podemos surpreendermo-mos com a ductibilidde manhosa desse rasto. É bom, mas depois passa. Deve ser essa a sensação da célebre ressaca. Nunca experimentei drogas por opção, apenas por estrita necessidade médica, mas deve ser mais ou menos assim. Deve saber bem voar, mas depois o peso da ressaca anula-nos num  ápice, efémero prazer de segundos, minutos, horas até, que a antecederam. Deve vir daí a voracidade com que os procuramos, porque sabemos que acabam numa questão de tempo. É o rasto armadilha, que entusisma , mas não alimenta. Que engorda a adiposidade emocional, mas nos tritura de abulimia acto contínuo, levando-nos a um  estado de necessidadde dinâmica progressiva, que não raro culmina numa overdose de vazio radical e desesperadamente insuperável.

 

Mas depois há os rastos verdadeiros. Os que fizémos e de nós altivamente se foram libertando, para que da ocidental praia lusitana e em perigos maiores do que prometia a força humana, da lei do rasto se foram libertando. Para começar a construção dos seus próprios rastos, noutras praias. São os mais difíceis, mas são dos que gosto mais. Somos sempre paternalistas em relação aos nossos rastos. Dos primeiros tornamo-nos escravos. Dos segundos, seremos parceiros ou não seremos e perderemos o rasto. Acontece que estes rastos de segunda é que são genuínos. São os bons. Dão mais trabalho, oh vã vertigem de preguiça, que a mera contemplação balofa. Exigem-nos mais, sempre mais, mesmo quando só nos fitam e nas palavras que dizem escondem silêncios que custam decifrar. Palavras com significado não verbal, fingindo-se alheias, às vezes frias, falsas frias, sem dó nem piedade sobre o inconsequente privilégio da contemplação que o vício com que nos habituamos a ver os primeiro rastos, nos iludimos podendo também olhar os segundos.

 

Eu sei que há quem despreze o lixo blogoférico, sobretudo quando o mau cheiro ameaça cair-lhes em cima, Passada a ETAR dos dias e tudo passa, tudo, a preocupação desaparece e até se abrem mais uns bloguezitos. Eu felizmente, já tinha este mesmo à mão. E calhou bem. Ontem e hoje aconteceu-me cruzar com um rasto de cada tipo.

 

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Terça-feira, 27.10.09

Uma das melhores coisas da desordem á não saber se são horas de ler, de dormir, de comer, de pensar ou de ler. Trocar as voltas ao tempo, doce e falsa ilusão, mentirosa, mas irresistivelemnte deliciosa.


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publicado por Jorge Ferreira às 01:45 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Que valem mais que milhões de palavras. Pode ser uma evocação, uma lembrança, uma inesperada lembrança das que nos fazem sentir que houve um rasto de nós. E nesse rasto encontrar a entrada no túnel. A luz, ao fundo, aparecerá.


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Desprender os braços primeiro, depois os sentidos, depois os sons, da noite que cerca. Até atingir o pleno de poder voar por cada planície por onde apetece. Sem conseguir ter a noção de quando acabará o momento. É isto para mim neste momento a minha liberdade. Que, como se sabe, é um momento, não um estado. Por isso é tão preciosa. Porque é rara.


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Segunda-feira, 26.10.09

Sócrates e Cavaco vão cooperar outra vez.

Sócrates vai governar pelo menos dois anos.

Os negócios parlamentares serão à vez.

No intervalo do jogging, note-se.

Os ministros vão andar mais calados, os que falavam.

Os ministros vão andar mais faladores, os que calavam.

Sócrates vai visitar Blatter por causa do Mundial a duas pernas.

O Benfica vai ser campeão.

O Porto vai ser campeão.

O Sporting vai ser campeão.

O Braga vai ser campeão.

O Sporting vai apurar-se na Liga Europa.

O Benfica joga hoje à noite com o Nacional da Madeira.

Estou a ler o livrinho sobre a Regionalização, de Carlos Brito, desta bela editora.

 

Eu podia continuar, pois podia. Mas acham que esta cacho de observações pertinentes já dá para dar um pulinho à SIC Notícias?...


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Sexta-feira, 23.10.09

Vai haver mais com toda a certeza.



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Quinta-feira, 22.10.09

Até sempre.



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Quarta-feira, 21.10.09
O Semanário fechou e já não se publica na próxima sexta-feira. Soube-o esta tarde pela Anabela Pereira e confirmei-o depois pela leitura posível que fui fazendo dos jornais. Escrevi lá para cima de 15 anos, quase sempre semanalmente. Muito depois, portanto, do Semanário ter deixado de ser O Independente avant la lettre de Júdice e de Marcelo, que na altura eram a nova esperança e hoje não passam da velha desilusão, para deitar abaixo o bloco central de Mota Pinto e Mário Soares. O melhor que posso dizer e, creio, nos tempos que correm já não ser pouco, escrevi lá o que muito bem quis e me apeteceu e como quis e me apeteceu, e quando quis e me apeteceu, sem consequencia nenhuma. Nunca me alvitraram, criticaram, sugeriram, insinuaram o que quer que fosse. Mesmo em edições em que eram plantadas (sim, sempre houve plantações...), como agora se diz, de notícias para me intimidarem enquanto fazia a investigação parlamentar das reprivatizações do BPSM e do Totta & Açores, a minha liberdade foi total. É certo que já não era um grande produto jornalístico, mas era um grande título, sob o qual me honrou escribar. E se até aqui veio, mesmo com todos os seus defeitos, tal deve-se ao Rui, ao Paulo, à Anabela, à Dulce e a mais um punhado. Resta-me, pela minha parte, agradecer. Sobretudo aos que faziam o favor me lerem.


publicado por Jorge Ferreira às 23:16 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Que bem que temos passado sem Governo por estes dias em Portugal.  Dá tempo para falar de tudo, para ler, para rever amigos, para pensar mais nas importancias que nas urgências... hum, se isto se aproximar da anarquia digam-me que talvez me recrutem. E, já agora,  aproveitem para uns doces pecadozinhos.

 

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Segunda-feira, 19.10.09

Começa a chuva lá fora, renasce o Sol cá dentro.

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publicado por Jorge Ferreira às 18:22 | link do post | comentar

Sábado, 17.10.09

Dantes um cidadão caía à cama doente e depois da convalescença tinha uma pilha de jornais e revistas para ler. Papel ao quilo. Manchas de tintas de letras apenas aparentemente com sentido, já que o sentido fora-se nos dias em que não foram lidas. Cartas e burocracias para responder. Papéis para verificar. Hoje, não. Tem apenas muitos blogues para ler. E com isso estranhamente se basta. Chatos, compridos, bons, maus, amigos, assim-assim, bonitos, feios, bem escritos, mal escritos, com notícias, sem notícias. E é tão bom. E o melhor, no fim da ronda é mesmo ir estacionar no Ofício de todos os dias.

 

ESTENDAL

Sabemos sempre pouco das pessoas
que é suposto conhecermos:
todas, é claro, têm os seus termos
e não as há más nem boas
que o sejam inteiramente.
Convém, assim, ter presente
que cada um só revela,
do que é, uma parcela
e, por sinal,
não raro é mais o que esconde,
aqui, ali, sei lá onde,
do que mostra no estendal.



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Uma das vantagens de ter tempo para ver televisão é a de medir a cultura política e geral do jornalismo que se vai fazendo. Ontem, por exemplo, uma simpática mas anónima voz-off da RTPN anunciava que uma das novidades do Bloco de Esquerda nesta nova legislatura era apresentar um novo líder parlamentar, José Manuel Pureza, que nunca sequer tinha sido deputado. Pois é: informe-se a simpática e anónima voz off que já havia formas de vida inteligente na Terra antes do Bloco. A mim, aconteceu-me o mesmo em 1995, quando existia PP.



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Segunda-feira, 05.10.09

Sou aprendiz do Facebook. Já lá descobri coisas absolutamente irritantes. Mas já percebi que se trata de um excelente meio para reencontrar amigos perdidos, reavivar passados esquecidos, e fazer enormes viagens pelas coisas todas da vida. Foi assim que descobri A Gota de Ran Tan Plan. Mas o melhor não foi A Gota. Foi redescobrir a Teresa, amiga antiga de quem não sabia há muito.



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Quinta-feira, 01.10.09

Porque hoje é Dia Mundial da Música, porque hoje é Outubro, porque em todos os hojes é hoje e porque cá de dentro alguma coisa nos dá força, muita força, hoje e sempre é dia e momento para nadar no Mar de Outubro.

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Sexta-feira, 25.09.09

No domingo os portugueses farão provavelmente mais um dos seus periódicos exercícios de masoquismo político. É difícil encontrar um lusitano recenseado que não diga mal do estado da Nação, que não desanque nos políticos e nos governantes, que não diga mal da vida e que não tenha um programa eleitoral prontinho a servir, ainda que não passe de uma colagem de ideias vazias. Mas, mesmo assim, os portugueses votam sistematicamente nos mesmos partidos.

 

É verdade que o sistema político está viciado. As leis que os partidos fazem protegem os partidos que as fazem e bloqueiam a renovação política do país. É verdade que o sistema mediático vicia a oferta eleitoral e nessa medida condiciona as opções dos eleitores. É verdade que somos portadores de uma atávica cultura de má língua nos cafés e nas paragens dos autocarros, que miraculosamente se transforma na mais conformista das atitudes no voto. Mas, ainda assim, e dada a dimensão da crise da República, seria de esperar um leve assomo de mudança. Não acontecerá.

 

Na campanha eleitoral que hoje termina, tal como infelizmente se esperava, debateu-se quase nada o país. Tratou-se de uma espécie de Benfica-Sporting sobre as escutas entre Belém e S. Bento que, de caminho, triturou o PSD. O melhor que podia ter acontecido a José Sócrates, depois da crise internacional que serviu às mil maravilhas para disfarçar a crise portuguesa, foi este episódio mal cheiroso, a que Cavaco Silva deu uma contribuição inestimável ao líder do PS.

 

E, todavia, no dia 28 de Setembro, Portugal continuará. Acordaremos com as lamúrias de sempre, com os problemas de sempre, e com a auto-desresponsabilização de sempre, apenas um dia depois de termos votado exactamente nos mesmos a que atribuímos a responsabilidade dos males nacionais.

 

Eu, pelo menos, reservo-me a saudável atitude de excluir a minha cumplicidade com a mediocridade dominante. Votarei no Partido da Nova Democracia. Garanto-vos: sabe bem e não morrerá ninguém. Acresce que, no caso concreto do círculo eleitoral de Aveiro, conheço bem Edgar Jorge, o cabeça de lista, e também vos garanto: fará, se for eleito deputado, muito melhor que a maioria dos que lá estão e dos que se candidatam. E acresce uma qualidade não desprezível: é uma pessoa séria, o que não sendo propriamente uma virtude em que o sistema seja particularmente exigente, é uma garantia para quem confia a gestão do interesse público a um representante.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

 



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Segunda-feira, 14.09.09

Acabar de jantar calmamente em casa e ser surpreendido por labaredas de um incendio no andar de baixo, irrompendo pelas janelas dentro. São as experiencias novas que nos fazem ver a vida de outra maneira. Cá vou fazendo a minha colecção particular de sensações novas.


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Quinta-feira, 27.08.09

Já estou no Facebook. A ligeireza do mecanismo tem o seu atractivo, mas, confesso-vos: blogue é blogue e o resto é conversa.



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Terça-feira, 25.08.09

15 anos. Falta-me a árvore.


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