Paulo Rangel admite sair do Parlamento Europeu caso o PSD ganhe as eleições legislativas. É tão mau um político candidatar-se ao mesmo tempo a todos os cargos possíveis, como abandonar os cargos para que foi eleito depois de o ser e sem que tenha prevenido os eleitores dessa possibilidade durante a respectiva campanha. PS e PSD são iguais até nisto. A única diferença é que o PS faz batota à partida e o PSD faz batota depois da chegada.
Paulo Rangel ganhou, está certo, já todos o reconheceram. Mas, ponhamos alguma água na fervura. Além do problema da falta de memória que leva a que não se lembre por que partidos andou filiado, Rangel mostra alguns sinais preocupantes para tanta, tanta, tanta promessa. Se não vejamos: " "O PSD nunca pretendeu que estas alterações que motivaram o veto do senhor Presidente da República fossem avante", declarou Paulo Rangel aos jornalistas, no Parlamento. Segundo Paulo Rangel, o PSD "aceitou apenas isso em última instância, para garantir um consenso unânime, que achou que era uma coisa positiva, mas nunca foi a favor, pelo contrário, até foi contra isso". " Se o PSD era contra por que é que votou a favor? Que diabo... não têm posição própria? São uma Maria vai com as outras? Ou mudam de posição, fazendo crer que tinham a posição certa depois de verem que deu buraco?... Ná, não dá para confiar...
Paulo Rangel fez uma grande campanha. Desde o início que delineou uma estratégia, que seguiu à risca e convenceu no estilo, na novidade, na eficácia. É o segundo vencedor da noite. Vital Moreira foi um desastre. Andou aos ziguezagues e também convenceu: no mau estilo, na patente falta de novidade, na estrondosa falta de eficácia. A campanha que fez teria sido óptima se tivesse sido o candidato do PCP. Candidatou-se pelo partido errado.
"Chegou a fazer parte do CDS?
Sim, participei nuns conselhos.
Mas foi mesmo militante?
Isso é que eu também não sei. Eu tenho um problema com as militâncias (risos).
Mas assinou um cartãozinho?
Não sei se assinei. Não me lembro bem. Estou a dizer a verdade.
A sério que não se lembra?
Não me lembro! Aliás, também tive esse problema com o PSD. Inscrevi-me como militante e depois não estava lá. "
Esta é uma deliciosa passagem da entrevista que Paulo Rangel deu hoje ao "i". Eu aprecio muito as pessoas assim, que conseguem viver tão despreocupadamente que nem sabem em que partidos se filiaram. Agora percebo o cartaz que manda pagar a crise com fundos europeus. Filia-se na mesma despreocupação com o que nos diz respeito.
O PSD começa amanhã a colar os cartazes de Paulo Rangel. Não pude deixar de me surpreender com o slogan do cartaz. Desde pequenino que me têm dito que os fundos europeus serviam para, finalmente, resolver a nossa crise. Agora a proposta é resolver a crise com os fundos europeus. Somos sem dúvida, um país de progresso… Combater a crise, caro Paulo Rangel, tem de começar em nós próprios, no aumento da produtividade das empresas, da qualidade do ensino, do rigor nas contas públicas, na diminuição da despesa do Estado e do desperdício público de dinheiro. Esta coisa de estarmos sempre à espera que os outros façam por nós o que a nossa indigência não nos deixa fazer por nós próprios, acabou com a perda de África! Esperava mais e melhor do primeiro cartaz.
É uma pena Paulo Rangel ser federalista. Não fora esse pequeno-grande senão e...
Paulo Rangel foi demolidor para José Sócrates no debate quinzenal. E se trocassem Manuela Ferreira Leite por Rangel? Ainda há tempo...
O PSD decidiu atacar as auto-estradas de Sócrates na crise, depois de ter construído ele próprio auto-estradas noutra crise, na década de noventa. Cá para mim, a política de Sócrates para perceber e combater a crise não precisa de tanto adjectivo, de tanta imaginação, de tantas figuras de estilo, como Paulo Rangel julga que tem de usar nos debates quinzenais para fazer títulos de jornal. Basta uma palavra: incompetencia.
O debate quinzenal deveria passar a chamar-se suplício quinzenal. Para José Sócrates começa a ser penosa esta deslocação periódica de José Sócrates ao Parlamento. Nervoso, responde ao lado, e sempre que é posto em causa arma-se em vítima para não responder. Hoje considerou um insulto ser perguntado pela legalidade de actuação dos serviços de informações que aliás tutela directamente. Para Sócrates o ideal era que os deputados da oposição fossem todos mini-presidentes da Camara Municipal da Guarda. Mas não são, para bem da democracia. Para cúmulo encontrou finalmente um adversário à altura: Paulo Rangel tornou-se um caso sério no debate com o Primeiro-Ministro e é hoje, porventura, o único activo de Manuela Ferreira Leite.
O PSD lá continua o seu calvário oposicionista. Ontem, Manuela Ferreira Leite, que foi deputada na mesma legislatura em que eu também fui, chamou Paulo Rangel para o responsabilizar pela falta de 30 deputados na votação do projecto de resolução que previa a suspensão da avaliação dos professores, apresentado não pelo PCP, não pelo Bloco de Esquerda, mas pelo Bloco de Direita, perdão, pelo CDS. Ora bem: a senhora sabe perfeitamente por que é que faltaram 30 deputados na sexta-feira. Foram de fim de semana e marimbaram-se literalmente para os trabalhos parlamentares. Pronto. Como já iam no nosso tempo. Melhor fora propôr uma alteração aos métodos de funcionamento do Parlamento do que chamar Paulo Rangel para ouvir o que já sabe. Entretanto, uma figura do Porto ultrapassou Manuela no disparate e quer a demissão de Paulo Rangel. Dizem-me que antes do último Congresso, Marco António, qual imperador romano chefiando as suas legiões, chegou a ver-se candidato a líder e sequente Primeiro-Ministro, tendo sido desmotivado por um olhar de escárnio de Alberto João a quem fora pedir apoio. E assim vai o suposto maior partido da oposição. Sócrates agradece. E Eça ou Ramalho, se cá voltassem, teriam de actualizar as Farpas com mais um milhar de capítulos. Oh, se tinham!
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