José Vera Jardim e Paulo Pedroso, dois deputados do PS, ousaram fazer um requerimento ao Governo, formulando perguntas sobre os vôos da CIA que incomodam tanta gente que até alguns escravos de serviço se atrevem a dizer que é um assunto estúpido. Pois bem: dirá um maquiavélico que se trata de uma manobra para colocar alguns socialistas mais amigos do ambiente interno a fazer marcação sobre o assunto à incómoda Ana Gomes, que assim perderia o monopólio político da questão. Dirá um mero jornalista: ai, ai os meninos estão-se a portar mal, cuidado, assim não vão nas listas em 2009, estão preparados para concorrer a umas Camarazitas Municipais?. Dirá um simples cidadão sem quaisquer reservas mentais: ah, bem, até os socilistas desconfiam das afirmações sedativas de Luís Amado.
"Não tenho contra o Bloco Central." A frase é de Paulo Pedroso e foi dita poucos dias depois de um tribunal de 1ª instância ter condenado o Estado a pagar-lhe uma enorme indemnização por erro grosseiro na sua prisão preventiva, no âmbito do processo da Casa Pia. A surpresa que esta afirmação causa é total, vinda de quem vem. O sistema mostra a sua raça e acaba de recrutar um novo amigo. Mas politicamente, para o PS, a afirmação é prejudicial porque mostra que os socialistas não acreditam na reedição da maioria absoluta.
Esta semana foi pródiga em debates judiciários, a propósito da sentença que condenou o Estado a indemnizar Paulo Pedroso, ainda no eterno "processo Casa Pia". E deu para comprovar uma tese que defendo há muito. Para os cronistas portugueses a Justiça funciona quando as suas decisões vão de encontro às suas pré-convicções e é uma miséria quando as mesmas decisões vão contra as suas pré-convicções. Em ambas as circunstâncias os mesmos cronistas pronunciam-se categoricamente sem conhecimento de causa, visto que não conhecem os processos. Estávamos feitos se eles fossem juízes!
Paulo Pedroso decidiu retomar o seu lugar de deputado. Está no seu direito. Está no seu direito hoje, como estava no seu direito ontem, como estaria no seu direito amanhã. Mas há uma coisa que eu não percebo. A razão divulgada para justificar o regresso é que cessaram as razões que levaram à suspensão do mandato. O que só pode ter a ver com a sentença do processo que condenou o Estado a indemnizar Paulo Pedroso. Sucede que a sentença não transitou em julgado, aparentemente o Ministério Público vai recorrer e a decisão do recurso pode ser diferente da que condenou o Estado. Sendo assim, não seria melhor esperar pelo fim do processo? O que fará Paulo Pedroso se a decisão da Relação fôr diversa?
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