Melhor que a encomenda..., por Rui Costa Pinto, no Mais Actual.
A sociedade portuguesa assiste a uma curiosa competição. É assim: vem o Governo e diz que por causa da crise toma lá mais um milhão. E reage de imediato a oposição: não chega, são precisos dois milhões. Vem o Governo e diz que vai dar outro milhão às empresas verdes e logo comenta impante a oposição que é preciso também dar um milhão às empresas verdes.
E o país assiste a este pingue pongue absolutamente inócuo e inconsequente, em que a oposição alegremente (não é piada…) diz ao país que o Governo está a fazer bem, embora esteja a fazer pouco.
Isto demonstra que a oposição se fosse Governo fazia igual ou pior (pior porque a chuva de milhões não resolve, antes agrava a prazo, os problemas da crise). Não há diferenças de ideias nem de projectos. Nada distingue, a não ser o corte dos fatos e a cor das gravatas, os governantes dos oposicionistas. Porque no fundo todos eles são é situacionistas. Vivem deste estado de coisas e sobrevivem dele.
A mudança seria a morte dos artistas.
(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)
A oposição diz que o plano anti-crise do Governo é insuficiente. Quer mais. A oposição discute com o Governo na base na quantidade daquilo que o Governo faz e não com base na qualidade daquilo que o Governo faz. Isto é, a oposição abdicou de ser alternativa para se remeter à posição de mera máquina calculadora puxada para cima.
Ferreira Leite abriu uma nova frente de oposição. O de saber se a serenidade tem um momento próprio para se afirmar. Diz que as palavras de serenidade de Sócrates vieram tarde de mais. Tarde demais porquê? Há um momento próprio para a exibir serenidade? Qual é? Isto sim, é oposição. Caramba, já todos tínhamos saudades de um bom debate ideológico...
Alberto João Jardim diz que é a verdadeira oposição ao Governo de Sócrates. Ele é capaz de ter razão. E o problema é precisamente ser ele a verdadeira oposição ao Governo. É que só beneficia o Governo ter uma oposição deste jaez.
O líder da oposição decidiu intensificar a sua campanha contra o Governo. Prevê-se que nos próximos dias se intensifiquem os aumentos da oposição e as acções de contestação à especulação financeira que o Governo desenvolve à custa da oposição.
O líder da oposição já custa um euro e meio. O Governo responde com uma poupança de 100 milhões nas SCUTS, resultantes de contrapartidas que deixa de pagar devido à diminuição do tráfego. O governo responde com um aumento da receita do IVA que decidiu aplicar ao líder da oposição. A diminuição do primeiro imposto lançado sobre o líder da oposição, o imposto sobre os produtos petrolíferos, é compensada pela receita do segundo imposto lançado sobre o líder da oposição, o IVA.
O especulador fiscal Governo está a ganhar com os preços do crude.
O líder da oposição em Portugal é, como já se percebeu, o petróleo.
(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)
(Foto)
Por uma vez percebe-se melhor o estado do país se olharmos para a situação do que se olharmos para a oposição. Não se encontra um socialista na rua que tenha a coragem de defender o Governo. Sem jornalistas ou outros socialistas por perto os votantes de Sócrates não escondem o desalento, a desilusão e estão tão aflitos com a situação económica e social do país (e a sua…) como qualquer português que não tenha votado nas promessas de Sócrates.
Politicamente, vive-se um clima de euforia partidária nas esquerdas. O PCP e o Bloco esperam ultrapassar, somados, os vinte por cento nas próximas eleições legislativas, o que seria um feito partidário mas um desastre para o país. Ter o PCP e o Bloco de Esquerda como faróis da oposição a Sócrates é um verdadeiro susto. Manuel Alegre apresta-se para tentar liderar uma espécie de frente popular anti-Governo, num comício de arrependidos do PCP, do Bloco e de outras franjas de esquerda, que causará manifesto dano no PS, que esta semana se lembrou que tem uma esquerda interna bicéfala, dividida entre Mário Soares e Manuel Alegre, ainda por cima dois candidatos presidenciais de 2006.
À direita, é o deserto. Com o PSD ausente das dificuldades do país, entretido que está a resolver o problema que a eleição de Menezes criou e com o CDS esgotado e sem capacidade de liderar uma causa que seja, Sócrates tem estado descansado por aí. CDS e PSD discutem e consomem-se essencialmente na discussão dos perfis, das pessoas, dos amigos, das alas, das alas furadas, das facções, das tendências, dos grupos, quando o que deviam era encarar o PS de frente.
O problema é se o desnorte à direita se resolve através das dificuldades do país. Isto é, o problema é se as contas do ciclo político saíram furadas ao PS. A ideia era apertar na primeira metade do mandato e aliviar na segunda parte do mandato para renovar a maioria absoluta em
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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