É a caça ao tacho que abriu em Lisboa. Cozinheiros de serviço: António Costa e Maria José Nogueira Pinto.
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Inclinações)
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Maria José Nogueira Pinto, ex-vereadora do CDS-PP na Câmara Municipal de Lisboa, admite votar em António Costa nas eleições intercalares de 15 de Julho, considerando que o candidato socialista é quem tem "melhores condições para governar Lisboa". O que nós ouvimos a Maria José Nogueira Pinto a propósito de Freitas do Amaral, na altura em que, quem porventura nunca levou a sério o que o Professor sempre escrevera e pensara, estava na moda descobrir que ao Professor nunca importaram as companhias, e que elas podiam ser tudo o que estivesse mais à mão.
Agora, parece que temos uma clone de Freitas do Amaral na forja. A direita dos salões descobriu que António Costa pode ser o salvador da pátria alfacinha. A direita do calculismo, do oportunismo político, a que direita de aluguer. É pena estragar uma competência e uma reputação a saltar poças na esquerda. Ainda por cima na mais socráticas das esquerdas. Palpita-me que em breve voltaremos a ouvir falar de Maria José Nogueira Pinto.
Leio no
Pedro Guedes que o Hospital onde Sócrates fechou a maternidade, Elvas, remetendo as mulheres grávidas para
la ciudad hermana de Badajoz, vai ser um dos que vão ser preparados para fazer abortos. Ora aí está simbólica, devastadora, paradigmática, pujante, radiosa, toda uma cosmovisão do Portugal moderno do século XXI. O défice do Serviço Nacional de Saúde não acha rentável nascer, mas já acha rentável abortar.
Parece que na Camara de Lisboa ninguém se safa. Agora parece existir um relatório que aponta irregularidades na Gebalis, outra empresa municipal, mais uma empresa municipal, sempre uma empresa municipal. A vereadora do CDS/PP na Câmara de Lisboa, que tutelou a Gebalis, negou hoje ter cometido qualquer irregularidade e alegou desconhecer o relatório sobre a empresa enviado pelo vereador responsável para o Tribunal de Contas e Inspecção-Geral de Finanças. "Não estão nenhumas [irregularidades no relatório] porque não cometi nenhuma. Nunca vi o relatório", afirmou Maria José Nogueira Pinto, em conferência de imprensa convocada hoje ao final da tarde, quando questionada pelos jornalistas se teria cometido alguma irregularidade. A autarca tutelou em 2006 a empresa municipal que gere os 24.000 fogos camarários. "O que quer que esteja no relatório não pode ser verdade", acrescentou. Mais uma contribuição verdadeiramente original para o esoterismo municipal: negar à partida um relatório que não conhece.