Sexta-feira, 17.07.09

O relatório final do Tribunal de Contas acusa o contrato de exploração do terminal de contentores de Alcântara de só favorecer os interesses da Liscont, a empresa do grupo Mota-Engil e de ser ruinoso para o Estado. Tinham razão todos aqueles que criticaram na altura própria mais este negócio-PS. Suponho que desta vez José Sócrates não estará disponível para denunciar uma campanha negra com epicentro no Tribunal de Contas. Perante este relatório judicial só resta um caminho ao Governo: pedir desculpa por mais esta mariolinada e recuar. O que tem António Costa a dizer sobre este assunto que diz directamente respeito a Lisboa?



publicado por Jorge Ferreira às 10:28 | link do post | comentar

Segunda-feira, 09.02.09

"Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.

Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos."

 

Este é o artigo de Mário Crespo, no Jornal de Notícias. Vindo de quem admitia há poucas semanas vir a votar em José Sócrates nas próximas eleições, numa entrevista ao semanário económico, não está nada mal, não senhor...



publicado por Jorge Ferreira às 12:53 | link do post | comentar

Terça-feira, 09.12.08

Em vez de Valor Alternativo, a sociedade de que Jorge Coelho e Dias Loureiro são sócios-ignorantes não deveria chamar-se Valor Rotativo?



publicado por Jorge Ferreira às 19:04 | link do post | comentar

Sábado, 25.10.08

Diz o Sol que o Tribunal de Contas está a seguir com atenção o negócio público do terminal de contentores de Alcantara e que até já perguntou para a PGR se existe alguma investigação em curso. Um assunto a seguir com a maior atenção.



publicado por Jorge Ferreira às 15:59 | link do post | comentar

Sexta-feira, 17.10.08

Vai para três anos, soube-se que o grupo Tertir solicitou ao Governo que clarificasse a sua posição sobre a localização da actividade portuária, porque estava insatisfeita com a ideia de ter de deslocar o terminal de contentores portuário para fora de Lisboa. Estava na altura em causa a meritória ideia de “devolver" a área ribeirinha à população de Lisboa.

 

A Tertir era então proprietária da Liscont e, para além de não desejar suportar os custos inerentes à construção de uma nova central de contentores, tinha óbvio interesse na renovação da concessão de Alcântara. Claro que a Tertir ficou sem resposta, o Governo calou-se muito bem caladinho, sempre brandindo o ideal da libertação da zona ribeirinha para uma nova era de lazer, a que de resto os lisboetas aspiram há décadas.

 

Então o que fez a Tertir? Em 2007, vendeu a sua posição na Liscont à Mota-Engil, que assim passou a controlar a empresa. E é justamente aqui que importa esclarecer: como é que antes a renovação do contrato de concessão desejada pela Tertir era impossível por força da estratégia de libertação da zona ribeirinha e, assim que a Liscont passa para as mãos da Mota-Engil, o contrato de concessão é logo celebrado, ainda por cima com condições mais favoráveis e sem concurso público?

 

Destes factos pode concluir-se, em primeiro lugar, que para o PS Lisboa é carne para canhão de negócios e, em segundo lugar que há um dado novo, que parece ter alterado tudo: Jorge Coelho na Mota Engil. Claro que o silêncio de outrora vai regressar. O silêncio sempre foi o método de explicação dos negócios públicos inexplicáveis. Pela comunicação social passou vagamente uma reacção do PSD, que se revelou até agora inconsequente. Nem sequer o Bloco de Esquerda se lembrou de tentar um inquérito parlamentar, não fosse José Sá Fernandes na Câmara fugir ainda mais de controlo. E depois, venham-me cá com belos discursos…

(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)

 



publicado por Jorge Ferreira às 00:08 | link do post | comentar

Terça-feira, 07.10.08

Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. É óbvia para todos a razão pela qual certos empresários convidam certos políticos para certos cargos.

 

"O governo decidiu entregar a concessão da exploração da actividade portuária à empresa Liscont (do grupo Mota-Engil) por mais 27 anos. Assim, sem concurso, sem consulta, por contrapartida de obras de alargamento do terminal de contentores de Alcântara. Não é estranho? Assim? Sem concurso? Sem consulta? Não haveria mais interessados? Não poderiam dar mais contrapartidas? Não poderia ser mais vantajoso para o estado (logo para os portugueses)? Nunca saberemos."

 

António Proa, no Camara de Comuns.



publicado por Jorge Ferreira às 20:15 | link do post | comentar

Quinta-feira, 10.04.08
A democracia portuguesa está razoavelmente bem servida de legislação sobre os políticos que exercem funções formais nos partidos e no Estado. Mas para aqueles que têm poder mas não têm funções, não há legislação que valha. O único cargo político de Jorge Coelho de há uns tempos para cá é o de orador convidado nos comícios do PS. O cargo não é certamente da República, nem vem nos Estatutos. O problema é que ele revela um poder muito superior aos dos ministros de Sócrates. Chegados aqui, sem leis que valham ou possam valer, resta a ética. Ou se tem ou não se tem.


publicado por Jorge Ferreira às 11:04 | link do post | comentar

Sábado, 05.04.08
No Faccioso, certeirinho como uma seta.


publicado por Jorge Ferreira às 15:01 | link do post | comentar

Quinta-feira, 03.04.08
(É favor acrescentar um capacete cor de rosa)

Portugal é, definitivamente, um país livre. Ao contrário do que dizem as más-línguas, o pessoal do contra, os chatos do costume. Por favor, párem com a treta de que o PS controla o Estado e que o Estado nos controla a nós.

Jorge Coelho, como todos sabemos, está há muito tempo retirado da política por uma ponte que caiu. Claro que está. Nunca mais foi visto nos ministérios, nas televisões, nos comícios, no próprio partido estranhava-se tamanha ausência. E, como devia ter imenso vagar, havia que aproveitar. Foi livremente escolhido pelos accionistas de uma empresa privada de construção civil para seu Presidente. Foi um acto bonito de reconhecimento de uma competência, rara entre nós, na área da construção civil. Uma vocação desaproveitada que finalmente se vê reconhecida. Um achado.

Os accionistas escolheram obviamente em liberdade. Como os accionistas do Millennium Bcp já haviam escolhido Carlos Santos Ferreira em liberdade. Viva a liberdade! Em Portugal há tanta liberdade que os accionistas das empresas até podem livremente escolher entre a liberdade de agradar ou não ao PS e, por arrasto ao Estado. Estranhamente escolhem sempre agradar. A culpa é, evidentemente, da liberdade que eles têm de agradar ou não. A culpa, minhas senhoras e meus senhores, é sempre, mas sempre, da liberdade.

(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)


publicado por Jorge Ferreira às 15:21 | link do post | comentar

JORGE FERREIRA
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