Há sensivelmente três semanas recebi do meu banco um crédito pré-aprovado de 16.750 euros, simbolizado num cheque que trazia aposta a informação de que o mesmo não possuía o valor nele pré-inscito mas apenas servia para simbolizar a felicidade creditícia que me estava a ser apresentada. Pensei então: eles não aprenderam nada. Não sabem das minhas finanças pessoais, não conhecem os meus rendimentos actuais, ignoram se eu posso suportar a mensalidade que em letras muito mais pequenas que o tamanho do cheque a brincar lá vinham no prospecto, diga-se, aliás, com um spread de fazer corar uma lampreia. Passados quinze dias ligou-me uma afável funcionária do banco. Pretendia saber, primeiro se eu tinha recebido o milagre lá em casa, segundo, se pretendia contratar o crédito, terceiro o destino que eu dei ao cheque brincadeira, quarto a razão pela qual não queria o crédito. Sinceramente hesitei no tom das respostas. Não gosto de ser mal educado, mas confesso que me apeteceu. Eles não aprenderam nada. Agora, verifico que o Governo socialista, no Orçamento pra 2009, prepara-se para criar mais fundos imobiliários para salvar as famílias da bolha dos fundos imobiliários. Apetitoso, sem dúvida. Tal qual o cheque brincadeira que recebi o era. No fundo, eles não aprenderam nada. E mais: estão apenas a tentar salvar o modelo de vida que criticam e que nos últimos anos conduziu ao que agora se vê. De passagem, os socialistas preparam-se para arrecadar mais um tanto de IRS, tirando com uma mão o que estão a dar com a outra. Eles não aprenderam nada.
Tenho trocado argumentos sobre as autarquias e as casas com o Luís Novais Tito. É óbvio o que nos separa: elé é socialista e acredita que a CML deve ter casas próprias para dinamizar o mercado de arrendamento. Eu não sou e digo que as autarquias não devem arrebanhar casas ao sector privado a troco de licenças de construção, porque isso acaba em compadrios e abuso. Quanto às casinhas que lá estão defendo que a CML as deve leiloar publicamente pela melhor oferta. O Luís vê a CML como mais uma empresa imobiliária a operar no nicho do mercado de arrendamento. Eu digo que não é função da CML actuar no mercado como se de uma vulgar empresa se tratasse. A CML tem muito mais que fazer, ou deveria ter... E já agora, como o Luís bem sabe não é por as autarquias exigiram uma percentagem das casas que licenciam em troca da licença que deixaram de haver contrapartidas menos claras, pelo que o argumento do combate à corrupção é neste caso ineficaz. Não é só o Estado que se mete onde não é chamado e descura as funções essenciais. Outras entidades públicas, com as autarquias à cabeça também o fazem. Com os resultados bonitos que se vêem. Ouvi dizer que andam à procura de neo-liberais... eis-me.
efemérides(867)
borda d'água(850)
blogues(777)
josé sócrates(537)
ps(339)
psd(221)
cavaco silva(199)
pessoal(182)
justiça(180)
educação(150)
comunicação social(139)
política(137)
cds(126)
crise(121)
desporto(120)
cml(116)
futebol(111)
homónimos(110)
benfica(109)
governo(106)
união europeia(105)
corrupção(96)
pcp(93)
direito(71)
nova democracia(70)
economia(68)
estado(66)
portugal(66)
livros(62)
aborto(60)
aveiro(60)
ota(59)
impostos(58)
bancos(55)
madeira(51)
tomar(49)
europeias 2009(47)
autárquicas 2009(45)
pessoas(45)
tabaco(44)
paulo portas(43)
sindicatos(41)
despesa pública(40)
criminalidade(38)
eua(38)
santana lopes(38)
debate mensal(37)
lisboa(35)
tvnet(35)
farc(33)
mário lino(33)
manuel monteiro(32)
marques mendes(30)
polícias(30)
bloco central(29)
autarquias(28)
vital moreira(28)
sociedade(27)
terrorismo(27)
antónio costa(26)
durão barroso(25)
homossexuais(25)
irlanda(25)
esquerda(24)
f. c. porto(24)
manuel alegre(24)
desemprego(23)
direita(23)
natal(23)
referendo(23)
apito dourado(22)
recordar é viver(22)
combustíveis(21)
música(21)
pinto monteiro(21)
bcp(20)
constituição(20)
liberdade(20)
saúde(19)
cia(18)
luís amado(18)