Provavelmente não haverá sessão solene na Assembleia da República. Provavelmente nenhum telejornal procurará falar com os familiares. Provavelmente ninguém se deterá hoje nos seus nomes, nas suas vidas, nos seus futuros cortados à bomba. Não inspirararão romances, ficções, ensaios e poemas. Provavelmente nenhum cantador de intervenção se lembrará de lhes fazer uma canção. Não existirão flores negras nas lapelas nem manifestções ou vigílias. E, todavia, faz hoje 25 anos. Estávamos em 1984. Em pleno Governo do bloco central, justificado na altura pela profunda crise económica do país. Havia partidos, Parlamento, imprensa livre, democracia, eleições. Subitamente, uma notícia que parecia vinda de Itália, das Brigadas Vermelhas ou da Alemanha dos Baaser-Meinhof: uma criança de meses e uma mulher de 80 anos morriam com a explosão de uma bomba das FP 25 de Abril, em São Manços, Alentejo. Pessoas normais. Pessoas acidentais naquele lugar e naquela hora. Quem os mandou estar ali à hora desgraçada? A revolução, a violência, a acção armada é que não tiveram certamente culpa da imprevidência do bébé e da mulher... Num país onde houvesse vergonha...
O Governo decidiu promover Otelo Saraiva de Carvalho a Coronel. É uma vergonha para a República que quem andou metido no terrorismo das FP's 25 de Abril ainda seja promovido. Portugal: o país onde o terrorismo dá direito a promoção no Exército.
Faz hoje 23 anos que num sábado, véspera de eleições, foi assassinado com um tiro na nuca o então Director-Geral dos Serviços Prisionais, Gaspar Castelo Branco, pelas FP's 25 de Abril, a organização terrorista de extrema-esquerda portuguesa. As FP's 25 de Abril têm no seu curriculum terrorista 18 atentados mortais, entre os quais um bebé de dois anos e vários cidadãos inocentes. Até hoje não se vislumbrou nem um ténue sinal de arrependimento dos membros desta tenebrosa organização. O PS e o PCP, por impulso político de Mário Soares, conseguiram aprovar uma vergonhosa lei de amnistia dos crimes praticados pelas FP's 25 de Abril em 1996. Numa das celas do Estabelecoimento Prisional de Lisboa continua escrito, perante impávida atitude dos actuais responsáveis prisionais, um dístico deste teor: “morte ao Castelo-Branco”. E depois em letra mais recente: “Este já está”. O que falta nas autoridades é decência mínima para respeitar quem pagou com a vida o serviço ao Estado e ao país.
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