Acabaram as eleições europeias. Vêm aí eleições autárquicas e legislativas. A tentação imediata é extrapolar os resultados das primeiras para as segundas. É, em minha opinião, um erro. Desde logo porque a estrondosa abstenção que se verificou ontem não se verificará nas próximas eleições, o que muda tudo. A seguir porque o voto nas eleições europeias, em que o eleitorado não sente estar em jogo o seu futuro imediato, é tradicionalmente mais livre do que nas outras eleições.
O país está cansado de Sócrates e do PS. Da sua arrogância, do seu estilo, da sua governação. Tomar não fugiu à regra nacional. Registou uma abstenção que não se verificará nas próximas eleições. E acompanhou os resultados nacionais em termos de tendência. A abstenção também foi maior do que o que costuma ser e o voto nacional dos tomarenses reproduziu o voto nacional do país. Nada disto acontecerá
Os eleitores já deram provas, contra marés e sondagens, que decidem de acordo com o seu juízo próprio, de modo diferente, de eleição para eleição. Assim continuará a ser. Precipita-se quem julga o contrário. Por isso, em Tomar, está tudo em aberto nas eleições autárquicas e estes resultados não terão nessas eleições um impacto significativo.
Se há lição a tirar destas eleições europeias é que os eleitores quando estão fartos da situação mudam o voto e os eleitos. Isso é válido para as europeias, como é válido para autárquicas e legislativas. E, como se viu nas últimas semanas, nem às sondagens confessam o que lhes vai na alma. E, em democracia, não há vazios. Ganha quem quer ganhar e quem faz por ganhar no momento exacto em que os eleitores decidem mudar.
É tempo, agora, de começar a discutir o futuro do país, tendo em vista as eleições legislativas e o futuro de Tomar, tendo em vista as eleições autárquicas.
(publicado na ediçao de hoje d' O Templário)
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