O calor dilata os corpos. As campanhas dilatam as ideias. “Portugal só pode ser um país plenamente inserido na Europa quando a Espanha o for, a Ibéria for, a Península Ibérica for um espaço de integração económica e política”, afirmou Luís Amado, por meríssimo acaso o delegado regional dos Negócios externos da Comunidade Autónoma de Lisboa. Já o delegado regional das estradas e pontes, D. Mário Lino, havia ousado sugerir a extinção deste piqueno pormenor burocrático chamado Portugália, há uns anos atrás. Todos iberistas, todos ministros. Que Pátria generosa a minha, que tanto atura com paciência chinesa (chinesa, Dalai Lama, Amado... isto está tudo ligado...).
José Sócrates deixou de falar a Pina Moura porque este, enquanto esteve a representar os espanhóis na administração da Media Capital não acabou com o Jornal de opinião privativo de Manuela Moura Guedes, como Sócrates desejava enquanto era tempo. Pina Moura vingou-se da desfeita, declarando-se "focado", isto é, próximo e concordante com o programa eleitoral do PSD e não do PS, partido pelo qual foi deputado da Nação em acumulação com a representação de interesses de empresas espanholas em Portugal. O grupo Prisa, dantes amigo do PSOE e de Jose Luis Zapatero, por sua vez muito amigo de José Sócrates, zangou-se entretanto com os ditos PSOE e Zapatero, porque estes deram um volumoso negócio de comunicação em Espanha a outro grupo de comunicação que não a Prisa. Vai daí toca de começar a escrever artigos contra o PSOE e Zapatero nos orgãos do grupo. Sabendo do momento delicado, judiciário e eleitoral, que o amigo lusitano de Zapatero vive em Portugal, toca de correr com Moura Guedes da pantalla, sabendo de antemão que o poderosíssimo ónus político do saneamento recairia sobre Sócrates, o especial amigo de Zapatero, ora ódio de estimação do grupo. Cavaco Silva, tomado de esperada amnésia, declarou esperar que o saneamento de Moura Guedes não tenha nada a ver com ameaças à liberdade de informação, esquecido que está do que fez o seu Governo com a RTP e o então elemento de ligação a Moniz, marido da ora saneada da TVI, quando este era Director de Informação da RTP, o ministro Marques Mendes (esse mesmo...) que, ao que consta, famas injustas certamente, tinha uma especial predilecção pela análise antecipada dos alinhamentos do telejornal.
Isto é uma história de pura ficção e qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. E tenho mais ficções para escrever.
Obviamente Zapatero falou castelhano e não espanhol (Sócrates acha que há uma língua espanhola...) no comício socialista de Coimbra. Foi a costumada humilhação não só para Sócrates, mas bem pior que essa, para todos os portugueses. Mas os espanhóis não têm culpa. Eles fazem pela vida. A bimbalhada portuguesa que mal passa a fronteira põe o sotaque na boca é que não aprende nada. Quanto ao comício foi um fracasso. Manuela Ferreira Leite percebeu que não era capaz de mobilizar e decidiu não os fazer. Sócrates não percebeu ainda o que lhe está a acontecer.
Os Governos de Sócrates e de Zapatero, embora diferentes em pormenosres, entendem-se às mil maravilhas. Pensam o mesmo no essencial e fazem essencialmente o mesmo na prática. Luís Amado, o ministro português destacado para a pasta de Gunantanamo, esteve de serviço esta tarde para reafirmar a política de combate á crise através do duche de milhões na construção da linha do célebre TGV. Será que Amado se lembrou de sugerir ao seu congénere espanhol uma vaquinha para receber os presos de Guantanamo em estreita cooperação ibérica, assim como o projecto de Mundial de 2018, no modelo lá e cá, cá e lá, lá mais cá?
Os espanhóis deliram com a selecção portuguesa no Euro 2008. É ler, por exemplo, "Hay Que Ser De Portugal", de Jesus Alcaide, no blogue do El Mundo. Desgraçadamente, é no futebol, que os espanhóis nos distinguem, claro. Não é na economia, na governação, nem em qualquer domínio da vida saudável tal como a entendem os intelectuais que desdenham do futebol como força identitária, económica, desportiva e nacional. É a vida.
O meu amigo Augusto Cymbron quer fazer de Cavaco Silva um super-Primeiro-Ministro para baixar os preços dos combustíveis. José Sócrates, teimoso, não baixa o ISPP para não prejudicar os portugueses que não têm carro, apesar de ter congelado os preços dos passes sociais, prejudicando os portugueses que andam nos transportes públicos em todo o país excepto em Lisboa e no Porto. A verdade é que o Governo, aflito com a despesa pública e com o risco de derrapagem das contas públicas, não tem capacidade política para abdicar de uma parcela da receita fiscal que os combustíveis lhe garantem, aliás em escandalosa dupla tributação, já que que sobre o ISPP nos cobram IVA em cada litro de combustível. Quando no início do seu mandato José Sócrates proclamou o slogan "Espanha, Espanha, Espanha", poucos ousariam pensar que o PS nos queria empurrar a todos para as bombas de gasolina espanholas, fazendo assim dos portugueses contribuinbtes fiscais de Zapatero.
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