Sábado, 05.09.09

O alegado debate de hoje entre os dois Sousas das esquerdas mostrou uma coisa muito simples: o Sousa do PCP é muito atrevido nas ruas, nas manif's, mas quando se apanha com o Sousa do PS à frente é mais manso que um congressista de Espinho do PS. Cá para mim hoje vai haver mosquitos por cordas nos centros de trabalho...



publicado por Jorge Ferreira às 23:55 | link do post | comentar

Sexta-feira, 24.04.09

Para quem só quer discutir a Europa, não começa mal Vital Moreira. Hoje, como se fosse a Maya da política, prevê que se o PS não obtiver a maioria absoluta nas legislativas será “derrubado à primeira circunstância” e “terá que ir apresentar a Belém a sua demissão”. Segundo o candidato do PS, o partido deve pedir a maioria porque só assim conseguirá uma estabilidade governativa. Ainda Outubro vem longe e a chantagem com o eleitorado já atingiu este ponto. Vai ser bonito, vai... talvez lhes saia o tiro pela culatra.
 



publicado por Jorge Ferreira às 21:48 | link do post | comentar

Sexta-feira, 03.04.09

O PS acha que mais vale prevenir que remediar. Como a maioria absoluta está duplamente em risco, decidiu reforçar a prevenção. A maioria absoluta está duplamente em risco devido às profundas alterações dos cadernos eleitorais e à sucessão de trapalhadas e suspeições que rodeiam José Sócrates.

 

Olhando as sondagens, o PS verificou que todas apontam um improvável ministro campeão de popularidade, com a óbvia e ancestral excepção do ministro dos negócios estrangeiros que, em qualquer Governo, é sempre o ministro mais popular. Esse improvável ministro chama-se Vieira da Silva, vem da ala esquerda tão do agrado de Manuel Alegre e foi-lhe atribuída a pasta de esquerda do Trabalho e da Solidariedade Social.

 

Foi sopa no mel, como se costuma dizer. Vai daí, o PS nomeou-o responsável pela coordenação das três campanhas eleitorais deste ano, a saber: europeias, autárquicas e, sobretudo, legislativas. Desde então o ministro improvável anda num virote pelo país. Tudo quanto é creche, equipamento social, inauguração, não prescinde do descerrar de lápide pelo ministro improvável. De norte a sul, Vieira da Silva anda num corropio.

 

Hoje, é dia de campanha eleitoral em Aveiro. Está marcada para as 12 horas de hoje a inauguração do Lar e Centro de Dia de Santa Joana. Está pronto há vários meses e com todas as licenças necessárias. Mas da mesma maneira que andam a pressionar a provável Mota Engil do camarada Jorge Coelho para acabar as obras a tempo de Mário Lino ir cortar a fita para os eleitores verem, também um pouco por todo o país tudo parece esperar pela oportuna presença de qualquer governante e, desta vez, convenhamos, além de improvável, o governante é de peso: é o super-campanhas do PS. A obra, imprudentemente acabada antes de tempo, pertence à Associação Centro Social Santa Joana e apenas aguardava a marcação da inauguração oficial pela Secretaria de Estado do Trabalho e Segurança Social para entrar em pleno funcionamento. A cerimónia contará, obviamente, com a presença do ministro do Trabalho e Solidariedade Social, José Vieira da Silva.


Mas as inaugurações não chegam para saciar a gula eleitoral socialista. As primeiras pedras também não escapam!


O Centro Comunitário da Vera Cruz lança a primeira pedra do Lar para Idosos também hoje, com a inevitável e parece que, a partir de agora, obrigatória presença do ministro do Trabalho e Solidariedade Social.


Denominada “Sal e Sonhos de Uma Vida”, esta é a maior obra do Centro Comunitário, desejada há muitos anos e que vai nascer no “coração” da freguesia, com um orçamento global de um milhão e 700 mil euros. Tudo com as pedras abençoadas pelo improvável delegado do PS para a tri-campanha eleitoral que se aproxima.

 

O PS está, ninguém o duvide, em campanha eleitoral. À grande, à francesa e à custa do erário público.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

 

 



publicado por Jorge Ferreira às 00:10 | link do post | comentar

Sexta-feira, 20.03.09

Tem passado relativamente despercebido o facto de Portugal ter registado a entrada nos cadernos eleitorais de 700.000 novos eleitores, considerando que o recenseamento passou a ser automático e não voluntário, como até agora. Este facto tem enormes consequências já nas eleições que se realizarão durante este ano. Consequências ao nível da distribuição do número de deputados a eleger por cada círculo eleitoral, consequências ao nível dos índices de abstenção e, desta forma, consequências ao nível dos futuros resultados eleitorais.

 

Relativamente às eleições legislativas este facto, isto é, a alteração do número de deputados por círculo, vem tornar ainda mais difícil a revalidação da maioria absoluta do PS. Já não bastavam as dificuldades políticas naturais que o PS enfrenta para a revalidação dessa maioria, ainda tem que se somar agora a consequência destas alterações de fundo.

 

José Sócrates vai pedir, no próximo acto eleitoral, a renovação da maioria absoluta, que, aliás, politicamente não merece, mas pedir é livre de impostos e pode pedir-se este mundo e o outro ao eleitorado que, soberano e definitivo, decidirá. Mas esta fasquia político-eleitoral de José Sócrates e do PS parece cada vez mais difícil de alcançar.

 

Segundo um estudo efectuado pelo semanário Expresso, com a actualização do recenseamento eleitoral há sete distritos que vêem alterados os seus mandatos. E, só com base nesta alteração e à luz dos resultados das legislativas de 2005, as consequências são estas: o PS perderia dois deputados, os mesmos que o PSD ganharia. Não comprometeria a maioria absoluta de 2005, mas, por exemplo, apareceria um “sexto partido” parlamentar: o partido de Manuel Alegre. Os deputados tidos como alinhados com Manuel Alegre poderiam comprometer para o Governo todas as votações no Parlamento.

 

Vejamos.

 

Começando pelo distrito que elegeu o próprio José Sócrates, Castelo Branco, um dos que, face à distribuição de eleitores com base no recenseamento de 31 de Dezembro de 2008, verifica-se que passará a eleger menos um deputado. Nas eleições legislativas de 2005 o candidato sacrificado seria o quarto da lista socialista, o actual secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. O mesmo aconteceria com o sexto eleito socialista eleito em Coimbra, lista na altura liderada por Manuel Alegre, já que no novo caderno eleitoral este círculo passa de 10 para nove mandatos de deputado.

 

Já em Lisboa, a redução de mandatos, de 48 para 46, teria implicações nos grupos parlamentares do PS, que de 23 passaria para apenas 22 deputados, e na CDU, que de 5 eleitos ficaria apenas com 4. Isto quer dizer que, na capital, o socialista Humberto Rosa ficaria fora do Parlamento e o comunista Miguel Tiago teria a mesma sorte.

 

Já em Aveiro o efeito é o inverso. Só que seria o PSD a beneficiar. Os sociais-democratas teriam 7, e não 6, deputados eleitos no Parlamento.

 

O distrito de Braga é outro que vê aumentado o seu número de mandatos, o que, com base nos resultados de 2005, seria o Bloco de Esquerda a beneficiar, elegendo, pela primeira vez, 1 deputado naquele círculo, que na altura era Pedro Soares, o actual responsável do Bloco pelo pelouro autárquico.

 

O Porto é um dos distritos que cresce em mandatos. Passará a ter mais um deputado no Parlamento do que os eleitos em 2005. E se isso tivesse acontecido em 2005 o socialista José Carneiro teria sido eleito. Também em Vila Real haveria aumento de mandatos e o social-democrata Delmar Palas somar-se-ia aos seus dois companheiros no Parlamento.

 

A Direcção-Geral da Administração Interna considera que os óbitos por registar, o crescimento do eleitorado e as duplas inscrições não terão efeito relevante na chamada abstenção técnica. Mas do que já não se duvida é que, por razões estritamente políticas e agora, técnicas, em 2009 haverá uma nova maioria. Que até poderá ser do PS. Mas dificilmente será absoluta, como a actual.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

 



publicado por Jorge Ferreira às 09:55 | link do post | comentar

Sexta-feira, 27.04.07
Politicamente correcto é considerar que o PS vai renovar sossegadamente a maioria absoluta em 2009, exactamente como Cavaco Silva fez em 1991. Argumentos de sistema não faltam e surgirão, estou certo, na altura certa, pela voz das pessoas certas, as que se alimentam ao fim do mês dos ordenados certos, dos pareceres certos e das encomendas certas do Governo. A sacrossanta estabilidade, a confiança dos agentes económicos e do investimento, a previsibilidade da democracia (a qual, no limite, é incompatível com notícias desagradáveis sobre o PS nos jornais, nas rádios e nas televisões).

O Primeiro-Ministro já deu o mote, classificando de bota-abaixismo (eis um conceito que carece de explicação, o que será o bota-abaixismo? Será aquilo que Sócrates disse dos Governos PSD-CDS?) o discurso de Paulo Rangel nas comemorações do 25 de Abril no Parlamento.

Mas será tal prognóstico politicamente acertado? Até há uns meses atrás, talvez fosse. Mas hoje, as coisas estão diferentes. Nas políticas e nas pessoas.

Portugal atravessa o seu maior período de divergência com a Europa na economia nos últimos 60 anos. E o poder do PS está ferido na imagem e descontrolado nos comportamentos. Mais cedo do que seria de esperar os abusos autoritários e persecutórios da maioria absoluta saltaram para a rua.

O episódio dos diplomas de Sócrates (parece provado que há vários) é grave para o Primeiro-Ministro porque lhe afecta a imagem. A imagem é o centro da política de Sócrates. Atingida a imagem, está atingida a política. Claro que o país tem muito maiores e mais graves problemas que o da licenciatura de Sócrates. Mas basta andar na rua para perceber os danos. Não há português legítimo que não ensaie a piada fácil, a anedota oportuna, ou a simples frase crítica para com o Primeiro-Ministro.

E não foi por acaso que em Sócrates a imagem tomou conta do homem. Ele percebeu que se fosse a política, provavelmente perderia as eleições. A economia é o que é. O partido é o que é. Não há volta a dar. A gula clientelar do PS não é diferente da já vista com o PSD e com o CDS. Mas o PS bate os outros dois aos pontos na tentativa de controlar jornalistas, comunicação social e proprietários dos órgãos de comunicação social.

Ora, tal afã apenas revela medo. Medo do que possa vir a saber-se. E essa percepção gera a sensação de que há mais para saber. O país pode, surpreendentemente para muitos, enfastiar-se e mudar o voto. Hoje, 2009 é um ano político em aberto. E nem a ajudinha estratégica preciosa de Cavaco Silva pode ser suficiente para isentar o Governo de encontrar um iceberg nas urnas. Os mais bonitos paquetes já soçobraram a surpresas de navegação.
(publicado na edição de hoje do Semanário)


publicado por Jorge Ferreira às 00:03 | link do post | comentar | ver comentários (1)

JORGE FERREIRA
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