Sexta-feira, 30.10.09
"A coerência do PS-governo está posta à prova. Se não quiser sair como arguido deste teste, obviamente demitam-nos. E se o tribunal os absolver, arranjem-lhes então novas prebendas gestionárias, o que não é nada difícil".
João Tunes, no Água Lisa.
Quinta-feira, 29.10.09
Armando Vara, colocado no Millennium pela operação socialista BCP (esquecidos...) tornou-se um arguido desoculto. Presume-se inocente. Prepare-se Prós & Prós, mais o seu insuportável, inenarrável, interminável desfile de lugares comuns judiciários sobre presunções, segredos, morosidades e horrores judiciários. E o Governo, esse, reze pelo Saviola e pelo Cardozo para ver se isto não descamba.
Actualização: diz que é negócio de lixo. Não duvido.
Domingo, 14.12.08
O Banco de Portugal acusou oito ex-gestores executivos do BCP de práticas de gestão ilícitas. Ora aí está uma vocação oculta que bem pode ser a salvação da instituição. Depois de se perceber que corrige todas as previsões que faz para a economia e que é sempre o último a saber quando há bronca na banca, finalmente o Banco de Portugal encontra uma nova vocação: ser uma espécie de Ministério Público do PS. Uma espécie de. Assim, especializado em razão dos destinatários. Para bancos. Um luxo. Pronto, já cá não está quem falou...
Terça-feira, 13.05.08
A petrolífera angolana Sonangol é já a maior accionista do BCP, detendo 9,96 por cento do capital do maior banco privado português. Esta participação suplanta a participação do investidor histórico do banco, a mutual holandesa Eureco. Assim se vai percebendo muita coisa. Muito silêncio, muita complacência, muito cinismo perante as autoridades de Luanda. O BCP não faz conferencias nem convida gente inconveniente. Claro. E dá sempre jeito ter um ex-banqueiro do Estado à mão. Facilita os intercambios.
Sábado, 19.01.08
Ouvi dizer que o pelouro de Armando Vara na Administração da CGD-2 será a Fundação BCP. Há vocações verdadeiramente incontornáveis.
Sexta-feira, 18.01.08
O socialismo estatista revelou nos últimos tempos em Portugal uma espantosa capacidade de adaptação aos tempos modernos. Antigamente os socialismos nacionalizavam o capital das empresas. Foi o que sucedeu em Portugal após o 25 de Abril e essa onda, ao contrário do que se pensa, não durou apenas até 25 de Novembro de 1975, tendo-se prolongado para lá do gonçalvismo. Foi o caso, por exemplo, do sector da comunicação social.
Actualmente, os socialismos não querem nacionalizar o capital, pela simples razão de que já perceberam que o que interessa não é o capital, mas o poder. E o poder vem do Estado e da possibilidade de o Estado decidir os negócios que o capital pode fazer e os negócios que o capital não pode fazer. Então o que é que os socialismos hoje nacionalizam? Nacionalizam os centros de decisão.
E esta moda é ainda mais perversa que a das nacionalizações puras e duras. Pela simples razão de que formalmente são sempre os capitalistas que escolhem os centros de decisão. Os socialismos têm assim à mão o aparentemente irresistível argumento que quem escolhe os gestores são os accionistas privados. Trata-se evidentemente de um sofisma. Porque essa escolha não é livre, antes resulta da convicção de que ou se escolhem aqueles decisores do partido, que o partido quer, ou os grandes negócios vão à vida porque o partido não premeia infidelidades e é o partido que está no Estado que decide quem faz ou não faz os negócios. O PS está mais voraz que nunca.
Os socialismos refinaram, adaptaram-se aos tempos e cederam à tecnocracia que sustenta que o que conta é quem decide no dia-a-dia e não o proprietário do dinheiro, o qual apenas cura de saber se o seu investimento teve ou não a devida e expectável retribuição no fim do exercício.
Evidentemente que esta nova realidade não passa de uma nova modalidade de socialismo. Com todos os defeitos que advêm do socialismo e agora mais um, qual seja o da dissimulação, o do disfarce. O socialismo passa hoje por ser uma espécie de economia de mercado. Mas não é. É socialismo à mesma e estatista à mesma.
O que se passou na Caixa Geral de Depósitos-2, ou seja, no antigo maior banco privado português (não que tenha deixado de ser grande, mas deixou de ser privado), demonstra bem, para quem quiser ver, o que são accionistas privados condicionados pelo poder do Estado de dar ou não dar negócios.
O poder do Estado e, especialmente o poder do PS, cozinhou uma equipa de gestão, aliás, em circunstâncias de tempo, modo e lugar ainda não completamente claras e os capitalistas tiveram de engolir. Subitamente, emergiu uma autoridade reguladora até então estagnada e inactiva, que fechou os maus num quarto escuro e impôs a solução. Os capitalistas não perceberam que esse foi o momento decisivo que lhes pode garantir um futuro imediato mais rentável, mas que no futuro vão pagar bem caro a subserviência. Os socialistas não perdoam. E o Estado não pára por gosto, só obrigado.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
Quarta-feira, 16.01.08
Qual é, a partir de hoje, o maior banco privado português?
Terça-feira, 15.01.08
Foto
daqui.
Sábado, 05.01.08
Esta eminência parda do regime dá hoje uma entrevista risível ao Expresso sobre os acontecimentos no Millennium Bcp. Ele é a prova bancária ambulante de que nunca houve supervisão bancária em Portugal.
Sexta-feira, 04.01.08
Dirão os socialistas: eis o mercado a funcionar. Direi eu: eis o PS a funcionar. Assim vão as misérias do alegado capitalismo português.
Domingo, 30.12.07
Miguel Cadilhe, o candidato de Menezes ao lugar de Faria de Oliveira,
candidata-se contra Santos Ferreira, o candidato que Sócrates tirou de onde pôs Faria de Oliveira para suceder ao lugar de Filipe Pinhal.
"Os problemas com o BCP recordam-nos, mais uma vez, que privatizar e mercado são duas coisas diferentes. Privatizar sem mercado regulado é apenas uma delegação do poder público no sector privado."
Sexta-feira, 28.12.07
Serão os chamados accionistas de referencia em que tanto agora os socialistas crêem como exemplo de independencia verdadeiramente independentes do poder político? Convém e ajuda ler
António Almeida, no seu Direito de Opinião.
"No seu esforço para simplificar a burocracia o ministro das Finanças acabou de adoptar a "demissão no dia", o gestor é presidente da administração do maior banco público e no dia seguinte é candidato à presidência da administração do principal concorrente privado. Parta tal bastou uma visita de cortesia a Teixeira dos Santos. Isto é algo que só sucede no mundo do futebol onde o treinador de uma equipa pode ser treinador e ir disputar o campeonato num clube rival. Bem isto só é possível em campeonatos com poucas regras como é o campeonato português onde vale tudo, se fosse noutro campeonato o Teixeira dos Santos certificar-se-ia de que o treinador não estaria a dar o golpe do baú."
Quinta-feira, 27.12.07
(
Boneco do Do Portugal Profundo)
Caro
Tiago, não é necessário ser um liberal puro e duro para perceber que o
mercado e a concorrência em Portugal são uma ficção. Só por ingenuidade ou desinformação não se percebe que o
mercado em Portugal faz escolhas sob condições expressas e implícitas do poder político do momento, seja ele titulado pelo PS, pelo PSD ou pelo CDS. O caso em curso no Millennium Bcp não é uma escolha do
mercado, mas um
descaramento que um verdadeiro mercado não toleraria. Só concedo num ponto: para azar nosso, ao controlo do
mercado pelo Estado, soma-se outra desgraça portuguesa: a falta de verdadeiros empresários que ousem desafiar o poder político. Quando é preciso desafiá-lo, ou seja, quando isso implica custos, negócios comprometidos, etc., e não com dichotes de ocasião para os sobe e desce das secções de economia dos jornais e das revistas.
Quarta-feira, 26.12.07
José Sócrates apareceu na mensagem de Natal a olhar para o céu. Já devem ser efeitos da tomada de posse do Millennium Bcp. A task force da propaganda lá deve ter achado apropriado aos dias que correm pôr-lhe o teleponto no tecto. Idêntica conjuntura não deve ser alheia ao facto de Sócrates ter aparecido a informar o rebanho que vive numa nova versão do Eden, por muito que o rebanho não consiga entender.
"Parece que Victor Constâncio «retirou a confiança» aos actuais administradores do BCP. Quem pode, manda.Mas...., e quem retira a «confiança» a Victor Constâncio por em 2004 ter entendido como «
satisfatórias» as explicações do BCP na investigação sobre os mesmos factos que agora considera graves?E porque Filipe Pinhal «teve» de assinar o
acordo com a Sonangol horas antes de se conhecer a sua
renúncia a novo mandato? A coisa era assim tão urgente, embora se andasse a arrastar há meses? Alguém tinha medo que a nova administração voltasse atrás? O acordo foi feito em condições de liberdade, ou condicionado pelos acontecimentos?"
Sábado, 22.12.07
A lamentável situação a que chegou o BCP criou a oportunidade para o poder político desencadear um ataque à instituição no sentido de criar uma CGD dois. As notícias sobre Carlos Santos Ferreira não querem dizer outra coisa.