Bem que me lembrava de qualquer coisita...
É a segunda vez que Armando Vara é obrigado a sair dos sítios onde está obrigado pelos seus: primeiro foi Sampaio por causa da Fundação, agora foi Constâncio por causa da sucata. Haverá tempo para haver duas sem três? E já agora: repararam na celeridade com que Constâncio actuou com Vara, meros segundos, sem que aparentemente estejam em causa factos relativos ao exercício da actividade bancária? Agora pergunto: e nos célebres casos dos célebres banqueiros dos célebres brancos, por que demorou tanto tempo a fazê-lo, estando em causa factos praticados no exercício da actividade bancária? Em pocous segundos de televisão Constâncio conseguiu fazer implodir todo o edifício autojustificativo que andou meses a construir para se autojustificar da sua própria incompetência nos célebres casos dos célebres banqueiros dos célebres brancos.
(Foto)
Face Oculta não precisa de mais leis novas, nem de códigos novos, nem de processos legislativos fast food, nem de mais negociações de seitas de bastidores. Precisa de portugueses que tenham a coragem de investigar rápido, julgar rápido e aplicar a lei que existe. Precisa apenas de um punhado de portugueses que os tenham no sítio para agir de acordo com os poderes que o exercício das suas competencias legais lhes confere, para punir exemplarmente esta ignóbil porcaria em que vivemos.
"A coerência do PS-governo está posta à prova. Se não quiser sair como arguido deste teste, obviamente demitam-nos. E se o tribunal os absolver, arranjem-lhes então novas prebendas gestionárias, o que não é nada difícil".
João Tunes, no Água Lisa.
E o pantano de Guterres ainda mexe, mexe, mexe... e suga, suga, suga. Ou Constancio de novo metido numa camisa de onze varas...
O Banco de Portugal vai rever em alta as estimativas de evolução da economia portuguesa em 2009 e 2010, anunciou hoje Vítor Constâncio. Justamente esse especialista de previsões certas que é o Banco de Portugal, mesmo a tempo das autárquicas, cá está a dar uma mãozinha ao PS. Conservem-no, que amigos destes há poucos.
António de Sousa, o Vítor Constâncio do PSD, disse que era obrigatório por lei conceder licença ao BPP para operar como Banco, mas que o fez por imposição dos advogados. Em que é que ficamos? Foi porque a lei obrigava (!) ou foi por imposição (!) dos advogados?... Ora aqui está outro belo inquérito parlamentar para fazer...
Afinal, o Banco de Portugal tem um problema de comunicação. Quem se queixa é a Provedoria de Justiça. Está desfeito o mistério do Banco de Portugal. Ele não entende os bancos e os bancos nao o entendem, ele não entende o país e o país nao o entende, porque tem um problema de comunicação... e de entendimento do real, acrescento eu.
António de Sousa, antigo governador do Banco de Portugal, já veio confirmar que está disponível para aceitar o convite que lhe foi endereçado para liderar a Associação Portuguesa de Bancos (APB), em substituição de João Salgueiro. A gente olha para o país e vê um grupinho de meia dúzia de pessoas a rodar entre meia dúzia de lugares. São as pessoas que sabem de muita coisa e calaram ou esconderam. Depois, não se queixem eternamente da falta de supervisão. Toda a gente no sistema sabe que a supervisão é uma brincadeira de chá e torradas há muitos anos. Não é de agora, nem foi só com o BPN e o BPP. Mas dos outros ninguém curou de saber. Não surpreende, pois, esta notícia. Afinal, há que segurar as pontas. Na medida do possível.
O conselho de administração do Banco de Portugal não terá aumentos salariais este ano, nem aumento relativos a 2008, recuando na decisão anterior de proceder a uma actualização salarial de 5%. Esta é uma oportunidade perdida. Dar o exemplo era aproveitar para baixar os salários, em atenção à crise profunda que o país vive. Estes semi-exemplos devem ser vistos à luz dos salários de que estamos a falar...
O antigo presidente do BPN, Abdool Vakil revelou hoje na comissão de inquérito ao caso BPN, que quando assumiu a liderança do grupo deparou-se com 157 pedidos de informação do Banco de Portugal, que a anterior gestão nunca respondeu. É assim a supervisão e milhares de vezes a investigação em geral em Portugal. Faz-se sentada. Um exemplo meramente abstracto, meramente: a gente queixa-se. Ã autoridade chama o suspeito e pergunta-lhe: "O Sr. fez isto?" O suspeito responde: "Jamais". Pronto, está investigado. Ou então, versão bancária, escreve-se uma carta a pedir uma informação. A carta não tem resposta. E pronto, está supervisionado. Já não há pachorra para tanta indigência institucional. O João tem razão: quando percebberá Vítor Constâncio que já está a mais?
Miguel Cadilhe criticou hoje a actuação do Banco de Portugal no processo que levou à nacionalização do BPN e sustentou que, no caso do Banco Insular, que serviu para ocultar perdas e fazer pagamentos a gestores, houve uma “falha clara de supervisão que atingiu em cheio o património da SLN”. Por isso é que o sistema não gosta de Miguel Cadilhe. Pode concordar-se ou não com as suas opiniões. Mas não tem papas na língua e não usa dos paninhos quentes e dos salamaleques com que se lambuzam os próceres institucionais.
Cá está a realidade a funcionar como líder da oposição e a obrigar José Sócrates a dizer-se e a desdizer-se num intervalo de meses. A economia portuguesa deverá cair este ano 0,8 %devido à contracção das exportações e do investimento privado, anunciou o Banco de Portugal no Boletim de Inverno. O mesmo Banco prevê ligeiras melhoras para 2010, mas não s epode excluir que a mesmíssima realidade dê uma ensaboadela tão forte ao Banco como temn dado ao Primeiro-Ministro. O dia de reis passa à história como o dia da recessão oficial, em bora a recessão real já tivesse chegado há muito.
Pinto Monteiro disse hoje no Parlamento que o Ministério Público enviou um ofício ao Banco de Portugal em 2004, onde requeria informações sobre o Banco Insular de Cabo Verde. Vítor Constâncio garantiu que o Banco de Portugal nunca recebeu informações do Ministério Público a respeito do Banco Insular. Isto promete. Aproveito para tirar o chapéu a Pinto Monteiro pela coragem com que afirmou no Parlamento que o inquérito parlamentar em nada prejudica a investigação criminal, ao contrário do que recentemente defendeu a Procuradora-Adjunta Cândida Almeida.
O Banco de Portugal acusou oito ex-gestores executivos do BCP de práticas de gestão ilícitas. Ora aí está uma vocação oculta que bem pode ser a salvação da instituição. Depois de se perceber que corrige todas as previsões que faz para a economia e que é sempre o último a saber quando há bronca na banca, finalmente o Banco de Portugal encontra uma nova vocação: ser uma espécie de Ministério Público do PS. Uma espécie de. Assim, especializado em razão dos destinatários. Para bancos. Um luxo. Pronto, já cá não está quem falou...
Falha na supervisão, falha nas previsões. Falha nas previsões, falha na supervisão. Falha na supervisão, falha nas previsões. Falha nas previsões, falha na supervisão. And so on.
Sei por experiencia própria que a Assembleia da República marca para o serão as audiências que pretende desvalorizar. É o caso de hoje, da audição com Vítor Constâncio. Aqui, o Banco decidiu contra-atacar com informação sobre os seus quadros afectos à supervisão. Mas o problema não é da quantidade, mas sim da qualidade.
Vai tempo em que não existia país digno desse nome sem um banco central. Ele servia sobretudo para emitir a moeda nacional. Hoje, o nosso vetusto banco central, perdido que está o monopólio da emissão de moeda, transferido para o Banco Central Europeu nas andanças da União de Maastricht, ocupa-se essencialmente de duas coisas: estudos macroeconómicos onde se incluem previsões sobre a evolução da economia que a realidade desmente sistematicamente e a chamada e tão invocada regulação e supervisão do sistema bancário.
Em síntese, o estado da arte é este: o Banco de Portugal já não emite moeda, faz estudos que de pouco servem e chega sempre atrasado aos problemas dos bancos. Para que serve então o Banco de Portugal? Eu sei: para ter um anafado Gabinete de Estudos onde o bloco central deposita os seus destroços políticos.
Alguém dará pela falta dele?
(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)
efemérides(867)
borda d'água(850)
blogues(777)
josé sócrates(537)
ps(339)
psd(221)
cavaco silva(199)
pessoal(182)
justiça(180)
educação(150)
comunicação social(139)
política(137)
cds(126)
crise(121)
desporto(120)
cml(116)
futebol(111)
homónimos(110)
benfica(109)
governo(106)
união europeia(105)
corrupção(96)
pcp(93)
direito(71)
nova democracia(70)
economia(68)
estado(66)
portugal(66)
livros(62)
aborto(60)
aveiro(60)
ota(59)
impostos(58)
bancos(55)
madeira(51)
tomar(49)
europeias 2009(47)
autárquicas 2009(45)
pessoas(45)
tabaco(44)
paulo portas(43)
sindicatos(41)
despesa pública(40)
criminalidade(38)
eua(38)
santana lopes(38)
debate mensal(37)
lisboa(35)
tvnet(35)
farc(33)
mário lino(33)
manuel monteiro(32)
marques mendes(30)
polícias(30)
bloco central(29)
autarquias(28)
vital moreira(28)
sociedade(27)
terrorismo(27)
antónio costa(26)
durão barroso(25)
homossexuais(25)
irlanda(25)
esquerda(24)
f. c. porto(24)
manuel alegre(24)
desemprego(23)
direita(23)
natal(23)
referendo(23)
apito dourado(22)
recordar é viver(22)
combustíveis(21)
música(21)
pinto monteiro(21)
bcp(20)
constituição(20)
liberdade(20)
saúde(19)
cia(18)
luís amado(18)