Vara e Godinho eram próximos. A PJ fotografou-os num parque de estacionamento. Vara recebe saco das mãos de Manuel Godinho. A ideia do PS não era acabar com os sacos de plástico por causa do ambiente?

Se pôr Santos Silva com os barquitos a tomar conta das baionetas de Cavaco é engraçado no jogo dos soldadinhos de chumbo, já colocar um pássaro como ministro do Ambiente é um achado de imagem. Proteger as espécies de fauna e flora é um ex-libris de qualquer ecologia que se preze, mesmo daquela ecologia a metro, tipo Freeport.

Mal ensaiou uma estratégia de desvio de atenções do caso Freeport, José Sócrates viu cair-lhe em cima outro caso que carece de explicações e escrutínio. O caso do Vale da Rosa, em Setúbal, foi aprovado sem estudo de impacte ambiental quando Sócrates era ministro do Ambiente.

Para desviar as atenções José Sócrates introduziu o tema do casamento dos homossexuais e da eutanásia. Refugiou-se nos costumes, sabendo de antemão que são assuntos que dão polémica na certa. Não tarda está a subir a parada e a falar da adopção de crianças por homossexuais. Veja-se como na primeira apresentação da sua moção o secretário-geral do PS se revelou contra as off-shores mas puxou para a agenda, não esse tema, mas os dos costumes.

Em 2001, Mata Cáceres, o socialista então Presidente da Câmara de Setúbal, pediu aos ministros da Agricultura e do Ambiente, na altura Capoulas Santos (o responsável pela campanha interna que levou Sócrates a líder do PS) e José Sócrates, respectivamente, para pedir a declaração de utilidade pública necessária para o plano de pormenor do projecto conhecido como "Nova Setúbal". Parece que a resposta do Governo surgiu em tempo recorde, mais precisamente em 12 dias, sem plano de ordenamento e sem estudo de impacto ambiental. O que é ilegal.

Como já alguém registou, parece estarmos perante um padrão de actuação de José Sócrates. O das trapalhadas. Das negras e das ocultas.

(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)

As notícias dizem que Portugal tem estado continuamente sob alerta laranja. Devido ao mau tempo. Vagas de muitos metros na costa. Temperaturas tão baixas que queimam. Muita, muita, muita chuva. Neve a rodos como não há memória que branqueia cidades e serras. Orçamentos de Estado em catadupa. Foi ontem aprovado o segundo Orçamento para 2009 e é quase certo que teremos o terceiro, se não oferecerem um GPS a Teixeira dos Santos. Ou então, talvez um exemplar da célebre tabuada do Ratinho, que é fácil de encontrar em qualquer papelaria tradicional ou num hipermercado perto de si. De cada vez que o Governo faz um Orçamento, logo no próprio dia a realidade desmente os números.

O Primeiro-Ministro fez ontem a quinta comunicação ao país numa semana sobre o caso Freeport, que diz que não é caso. Para um não caso, cinco discursos não está mal. Os bancos continuam a ser investigados no Parlamento e no DCIAP, enquanto os juízes se queixam de devassa política no famoso CITIUS, um sistema informático por onde agora corre toda a movimentação processual nos tribunais. Estamos a habituar-nos a viver em estado de alerta permanente. Dizem que laranja, mas a mim, que não sou daltónico, parece-me mais adequado mudar a cor do alerta para rosa.

(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)

Pois é: como anda tudo numa onda de falar verdade desde a mensagem presidencial de Ano Novo, uma moda como qualquer outra que passará rapidamente, pois que o tuguismo se compraz na mentira, sobretudo se piedosa, cumpre afirmar que o clima frio, os nevões, e a onda polar de ar frio é uma "verdade inconveniente". Que tem, para já, uma vantagem: o aquecimento global saiu da agenda mediática. Sempre são umas férias.

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O Governo anunciou hoje que está a elaborar uma Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, a aprovar ainda neste mandato. Apenas um dia depois de o PSD ter uma nova líder, eis que o Governo decide tomar medidas... Havia o efeito de estufa. Agora há o efeito Manuela (é uma piadola!).