ABRIL PLENO
(Foto)
As dificuldades do dia-a-dia, e não as há poucas hoje, distraem-nos muitas vezes das constantes que atravessam os tempos. E é útil ganhar distância e analisar o percurso das sociedades para perceber se algo mudou, se não mudou e se se ganhou alguma coisa com isso.
Supostamente Portugal mudou com o 25 de Abril. Basicamente a história é esta: durante 48 anos vivemos nas trevas e entretidos com coisas de somenos para deixar em tranquilidade uma ditadura eternizar-se no tempo. A partir do Abril miraculoso tudo mudou.
Mas ao olharmos para o Portugal de hoje será que tanto terá mesmo mudado assim? Não, não mudou. E é isso que talvez explique, independentemente dos valores políticos que se professem, o realce com que a história se tem encarregado de projectar Salazar na contemporaneidade do país.
Continuamos o país pequeno que éramos e os negócios públicos continuam dominados por um pequeno grupo que orquestra algumas instituições do regime a seu benefício. Igual. As polícias estão concentradas num cume que tem epicentro na residência oficial da Imprensa à Estrela onde havia um galinheiro para poupar dinheiro aos contribuintes nas refeições do antigo Presidente do Conselho. Ai o que isto lembra…, embora a esquerda agora engula, dócil, tudo o que antes vituperava sobre polícias e ladrões.
Mas com José Sócrates o regresso ao passado assume contornos misteriosos. Depois da proclamação “para Angola e em força!” surge agora o regresso do sonho petroquímico de Sines. Esta semana o primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou que o actual clima de negócios em Portugal permite o regresso ao sonho da década de sessenta, de construir em Sines um dos maiores complexos petroquímicos do mundo.
José Sócrates falava no final da sessão que assinalou a ampliação do complexo petroquímico de Sines da Repsol, projecto de investimento avaliado em mil milhões de euros, que numa primeira fase criará 1500 postos de trabalho. O projecto de investimento deverá ser concretizado até 2011 e, numa segunda fase, criará cerca de 500 postos de trabalho permanentes.
Após os discursos do presidente da Câmara de Sines, do ministro da Economia, Manuel Pinho, e do presidente da Repsol, Bru Fau, Sócrates sublinhou a dimensão do investimento da petrolífera espanhola
E pronto: assim, de mansinho, em pezinhos de lã, lá regressámos ao elefante branco que todo o país que pensava na década de sessenta criticava ao Estado Novo: Sines! Depois da esquerda ter recuperado o futebol, ter recuperado
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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