Ver a selecção portuguesa de futebol jogar à bola tornou-se num mero exercício de masoquismo. Desde 1983 que ninguém marcava cinco golos à selecção. Se é que ficamos por aqui... Quanto a Cristiano Ronaldo talvez lhe faça bem à humildade o banho de vulgaridade com que encheu esplendorosamente aquele campo de futebol.
Comprova-se que o Benfica ganhou um ponto ao F. C. do Porto e ao Sporting na luta directa pelo título, nos jogos com o grande Leixões. Bem, acho que tenho de corrigir o post: luta directa pelo título está o Benfica a ter é com o Leixões...
Esta não vem n'A Bola, mas podia vir: o Governo não quererá nacionalizar o Estrela da Amadora? É que convinha que houvesse jogo, não?
Os jornais de hoje estão um verdadeiro maná. E ainda não saí de A Bola para os generalistas. Carlos Queiroz, esse sumo intelectual do futebol científico que tão bons resultados tem obtido aquém e além-fronteiras, decidiu rugir, serão saudades?..., e comunica solenemente à comunidade nacional que quer saber com pode "saltar para a selva". Hum, deixa-me ver se percebi: o problema da selecção é que tem jogado em relvados curtos e não na selva, contra as feras.
Leio n' A Bola (que já não é o jornal que era, mas enfim...) que o Leixões vai esgotar lotação em Alvalade. Sinceramente, como benfiquista já desesperava por este dia. Serem sempre os mesmos a esgotar Alvalade enjoa um bocadinho.
O Sporting e o F. C. do Porto proporcionaram hoje um grande jogo de futebol. Disputado, competitivo, emocionante e bem jogado. Mais pelo Sporting na primeira parte, mais pelo F. C. do Porto na segunda parte. Pena que, para variar, não tenha havido árbitro à altura. E pena, para mim, que o Sporting não tenha sabido ganhar o jogo. Preferia uma final da Taça Benfica-Sporting. Esse, sim, é o derby.
NAVAL 1º DE MAIO. Destes verdes, eu gosto. A quem é que a magnífica e exemplarmente civilizada claque do F. C. do Porto irá bater hoje à noite? Que desgraçada viatura será partida hoje à noite, agora que a quota de ex-benficas para sacos de pancada está esgotada? Os melhores scores de José Couceiro estão igualados.
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"As pessoas apreciam pouco presumidos sem gravitas. Ronaldo é um caso aflitivo desta combinação caracterológica. De cada vez que ele afirma «ninguém merece mais do que eu» para assim solidificar a certeza de que é o óbvio destinatário da Bola de Ouro (ou do Prémio Fifa) são uns votos que ele oferece ao Messi. Na verdade, Ronaldo até merece e seria injusto que não ganhasse. Mas, por favor, alguém o mande calar."
Bruno Sena Martins, no Avatares de um Desejo.
Estou de acordo. Cristiano Ronaldo já irrita com tanto auto-convencimento. Havia de ser José Mourinho a afirmar às terças, quintas e sábados que é o melhor treinador do mundo.... caía o carmo e a trindade.
Foi preciso passarem uns dias para percebermos que o Benfica conquistou um valioso pontinho no Estádio do Mar. Já agora: mete dó ver o sistema a transformar um 4 a 1 num 3 a 2. Nem mesmo esportulado pelo árbitro num penalty fantasma e num golo limpo anulado o Leixões se foi abaixo!
Pois parece que não está fácil despedirem o Paulo Bento. E o Liedson decidiu dar uma mãozinha. A Paulo Bento.
Sempre disse que Carlos Queiroz neste lugar era um erro de "casting". Ao contrário de muita gente lá para as bandas do Porto, que festejava os desaires da selecção no tempo de Scolari, eu não festejo os desaires da selecção. Mas que era óbvio que Carlos Queiroz não era a solução, era. Não lidera, não dirige, não motiva. Nos clubes por onde passou fracassou sempre, excepto no Manchester United, onde não era o líder. Um excelente adjunto perdido ao comando de uma selecção, que há muitos anos não experimentava tanto desaire escandaloso. Lamentável ainda ver Gilberto Madail abandonar o jogo a 11 minutos do fim (7 mais 4 de compensação) e, no fim do jogo não haver nenhum responsável da equipa técnica ou da Federação a dar a cara pela selecção. Uma noite para esquecer. Mais uma e contra dez.
Carlos Queiroz alertou hoje para a influência que a Albânia pode ter no grupo de apuramento para o mundial da África do Sul, a disputar em 2010. “Seria absurdo dizer que estamos convictos que a Albânia é uma das favoritas à fase final do mundial, mas é certamente uma das equipas favoritas a pôr alguém fora do Mundial”, opinou. Vêem a diferença de Queiroz para Scolari? Um motivava até ao limite da inconsciencia colectiva, nem que tivesse uma equipa de pernas de pau. O outro desmotiva, nem que tenha uma equipa de génios, com o proclamado melhor jogador do mundo à cabeça. Lá dizia o povo que fraco rei faz fraca a forte gente. Será que lhe passa pela cabeça que um empate com a Albânia também é um bom resultado?!....
O Pedro Correia tem razão. A imprensa desportiva portuguesa vive na estratosfera. Tem fabricado génios onde só há jogadores vulgares e alguns bons jogadores. Constrói favoritismos onde eles não existem. Sempre que Portugal vai a uma fase final, quando ia, era logo para ganhar. É um jornalismo ridículo, provinciano e bacoco.
Continua a penosa saga Queiroz na selecção nacional. Contra uma Suécia de terceira categoria, Portugal apresentou onze jogadores aos toquezinhos, a entregar as bolas ao adversário, sem dinâmica atacante. Está desfeita uma equipa, a de Scolari. Quando voltaremos a ter outra? Com Quaresmas não será certamente. É incrível como um treinador tenta ganhar um jogo sem pontas de lança e inclusivamente substituindo o único que pôs a jogar. Bem vistas as coisas, é certo que não fazia lá falta nenhuma, dado que a ideia é que o empate era um bom resultado. Uma tristeza.
Desejo muito boa sorte aos meus amigos sportinguistas na peleja de hoje. Dias não são dias e uma Liga disputada pelo Benfica e pelo Sporting sempre tem outro sabor.
Já que estamos em maré de simpatias, aqui me declaro solidário com o Sporting por causa de uma situação inacreditável de um seu jogador. Depois do que sucedeu com o tal Moutinho, parece que certo top model, que por acaso de vez em quando chuta na bola, chamado Veloso, declarou no fim do jogo com o Barcelona que gostava era de estar do lado de lá, isto é, da equipa que acabava de ganhar à sua! Belisquem-me, amigos sportinguistas! Não há por lá ninguém que ponha a pequenada na ordem, já que treinador não há?
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Bonito gesto, que aplaudo sem rebuço...
Para desanuviar da crise financeira mundial resta-nos o eterno futebol, aquele desporto que o lendário Bill Shankly, o faz tudo de Liverpool, que até o estádio ajudou a reconstruir dos escombros dos bombardeamentos alemães dizia que não era o melhor jogo do mundo, porque era o único. Descontado o exagero politicamente incorrecto e para não levar panacada da blogagem que odeia o dito jogo, basto-me hoje em desejar boa sorte ao Sporting no jogo contra o F. C. do Porto lá de Espanha, que é o Barcelona. E as condições até são favoráveis: puseram lá este ano um génio do futebol que vendeu um rapazito chamado Deco por 10 milhões ao Chelsea. Um génio. Faz-me lembrar um génio que passou pelo Benfica que dispensou o João Pinto a zeros e achou que esse mesmo próprio do rapazito Deco não prestava. Este génio sabe-se como terminou: em Inglaterra com motorista e mordomo, deixando o Benfica em coma desportivo e financeiro. Este génio do Barcelona ainda não se sabe como terminará. Mas em todo o caso, que ganhe o Sporting. O Rui, o jcd, o João, o António e alguns outros ficavam todos contentes.
Agora que a poeira assentou e é possível, passado o escândalo, olhar os factos em cru e as reacções já devidamente cozinhadas, não deixa de ser engraçado ver a forma pacífica e nada do tipo "o mundo está a acabar!" com que jornais e comentadores reagiram à vergonhosa derrota de Portugal com a Dinamarca. Fosse Scolari o treinador e eu queria ver. Hipóteses a considerar para justificar esta calma:
1º Scolari lidera o campeonato inglês e o pessoal está à espera do tombo.
2º Queiroz não tem bigode.
3º Querioz ganha menos ordenado que Scolari;
4º Queiroz já foi do Real Madrid, o que é uma mais valia.
5º Porque a malta embirrava mesmo era com o homem e não tem que dar justificações porque Portugal é um país soberano e independente.
A lista não está fechada. Aceitam-se mais sugestões.
Imagino que hoje muitos portugueses recordem especialmente esta frase: "E o burro, sou eu?". Imagino.
Depois dos Magriços, temos os Maçaricos. Perder este jogo com a Dinamarca explica-se pela falta de concentração e de maturidade competitiva das nossas selecções. Ontem os sub-21 deixaram-se empatar depois de estarem a ganhar 2-0. Hoje, jogámos maravilhosamente bem, os nossos artistas exibiram-se no seu máximo esplendor perante uma equipa fraca e limitada, podíamos ter ganho por quatro ou cinco, mas na hora decisiva falhámos golos sobre golos e o que conta é que perdemos. Talvez se note a falta de Carlos Queiroz nos escalões de formação para começar outro trabalho de base.
Um dos meus clubes de estimação, o Abrantes F. C., dirigido pelo meu amigo Alberto Lopes, está a passar um momento dificílimo. Por dívidas a jogadores não pôde ainda inscrever a equipa para esta época e não compareceu ao jogo da semana passada e não vai comparecer ao jogo de hoje. Daqui lhe envio um abraço de amizade e votos de que o clube consiga ultrapassar rapidamente este momento difícil. Ele e Abrantes merecem.
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A malta hoje safou-se bem.
Enquanto por estes dias os meus amigos sportinguistas vão dolorosamente descobrindo que João Moutinho não será o Rui Costa do Sporting e que, afinal, parece estar explicado por que razão apareceu como titular no Euro, quedo-me petrificado com a notícia de que um jovem chamado Moretto aterrou no plantel do Benfica porque não tem onde ficar. Pior que Luís Filipe ainda lá estar só mesmo Moretto voltar. Oh Sr. Quique, o amigo não teve tempo para se informar das misérias?
Será desta que o futebol português vai ganhar juízo e alguma seriedade? A F. P. F. vai contestar as providências cautelares da trafulhice com base no Parecer de Freitas do Amaral. Será desta?
O parecer do Prof. Freitas do Amaral sobre o que se passou na famigerada reunião do Conselho de Justiça da F. P. F. é arrasador para Gonçalves Pereira e deixa bem claro que os beneficiários da sua lamentável actuação não foram senão Pinto da Costa e o Boavista.
A entrevista de ontem de Luís Filipe Vieira a Judite de Sousa foi uma excelente entrevista. Da parte da jornalista e da parte do entrevistado. Muitas vezes tenho criticado a gestão do Presidente do meu clube, mas reconheço a excelente entrevista de ontem. Evidentemente que os factos relatados por Luís Filipe Vieira vão ficar impunes. Como ele disse e bem o futebol português é uma espécie de estado siciliano.
Queiroz tomou hoje posse. Está consumada a fatalidade anunciada. Sendo assim, desejo que o Sr. tenha o maior sucesso do mundo e que, sobretudo, no mínimo, alcance resultados tão bons como o seu antecessor. Independentemente de acreditar ou não, que isso já é uma questão de fé. Os adeptos do clube da fruta exultam com a escolha, o que já de si não é nada um bom prenúncio. Mas pode ser que não seja nada. Uma coisa é certa: se Portugal, com Queiroz na cadeira de treinador perder competições e jogos aqui não se festejará com champanhe, como sucedeu no Porto com os desaires da selecção no tempo de Scolari.
O Porto vai à próxima Liga dos Campeões. Doravante, para a UEFA não conta se os resultados desportivos são limpos ou não. É preciso é que a bola entre. Talvez acabarem com os regulamentos, não?
Era certo e sabido que, mais dia menos dia, fosse onde fosse, teríamos de rever Carlos Queiroz. O Benfica safou-se, mas parece que a selecção não. Não gosto de Carlos Queiroz como treinador de futebol. Não basta ter computador nem ser cientista para se ser um bom treinador. Queiroz é bom na formação mas até agora tem revelado ser um fracasso como líder de equipas seniores. O seu papel no Manchester United cai-lhe que nem uma luva. Tentar fazer dele um Ferguson da selecção nacional é um susto.
Já está claro o que sucedeu no Conselho de Justiça da F. P. F.. Primeiro: o orgão só reuniu agora porque o seu Presidente sabia que existia uma maioria desfavorável aos interesses de Pinto da Costa e do Boavista. Segundo: assim, pressionou quem pôde para tentar alterar a correlação de forças. Não conseguiu. Percebendo durante a reunião que ia perder a votação, o vereador da Camara Municipal de Gondomar que preside ao orgão abandonou intempestivamente a reunião. Para quê? para tentar inviabilizar a decisão. A badalhoquice em que o futebol português vive há anos, ao serviço dos interesses dos dois clubes em causa nesta decisão não pode continuar. Não continuou.
Actualização: a F. P. F. vai analisar o quê?
Ao longo dos anos um grupo de pessoas tem manipulado as suas marionetas com vista a assegurar um sistema de poder que os proteja da aplicação da justiça. Com a cumplicidade de todos os que precisam de certos votos para ocupar certos lugares. Desta vez, estava em marcha mais uma acção de comandos institucional para resolver um problema aos mesmos de sempre. Falhou.
Já agora, Filipe Nunes Vicente, lembra o jantar na Assembleia da República com Pinto da Costa. Ora vejam quem organizou, vejam.
"Só vejo uma solução: a criação de um verdadeiro Tribunal do Desporto que funcionará a tempo inteiro e de forma profissionalizada cujos membros serão recrutados de modo higienicamente autónomo de todas as entidades que superintendem à actividade desportiva - por exemplo, através de um concurso que integrará a prestação de provas sujeitas à avaliação de um júri formado por professores das faculdades de direito." escreve CAA, no Blasfémias. Agora que lhes dói começam a ter ideias. Bem vindos, mas podiam ter-se lembrado enquanto dominavam a coisa, não?
Este processo mostra várias coisas. Uma delas, é o estado miserável em que se encontra o futebol português e as suas estruturas dirigentes. Os primeiros responsáveis são os clubes, que aprovam regulamentos à sua medida e não de acordo com o que está certo, como se viu esta semana na Assembleia Geral da Liga de Clubes.A propósito de Liga de Clubes, quero aqui registar o bom lugar que Hermínio Loureiro está a fazer, contrariamente ao que na altura em que se candidatou eu alvitrei. Talvez contaminado pela má impressão causada pelo apelido... Depois dos clubes, a grande responsável pela situação é a Federação Portuguesa de Futebol e o seu líder, Gilberto Madail. Madail não tem sido Presidente da Federação, mas apenas Presidente da selecção. Está há muito tempo a mais, mas mesmo assim, anunciando que s evai embora em breve, vai escolher o futuro seleccionador, que o próximo Presidente da F. P. F. vai ter de herdar.
Não podia deixar de acabar rocambolescamente o imbróglio da corrupção no Apito. Tem um final à altura do primitivismo que os vários intervenientes no processo revelam há anos pela forma como actuam no futebol e alguns na política. Conflitos de interesses, gente que está em orgãos jurisdicionais e que não devia estar, justiça tardia e arrastada, mas finalmente uma decisão. Não sei se será o dia zero de uma nova era no futebol português, visto que os actores do processo andam por aí e prometem continuar. Ninguém lhes mete na cabeça que deviam retirar-se. Resta saber se a UEFA vai fazer de conta que nada aconteceu e manter a decisão de deixar o F. C. do Porto na próxima Liga dos Campeões.
Era certo e sabido que, mais dia menos dia, fosse onde fosse, teríamos de rever Carlos Queiroz. O Benfica safou-se, mas parece que a selecção não. Não gosto de Carlos Queiroz como treinador de futebol. Não basta ter computador nem ser cientista para se ser um bom treinador. Queiroz é bom na formação mas até agora tem revelado ser um fracasso como líder de equipas seniores. O seu papel no Manchester United cai-lhe que nem uma luva. Tentar fazer dele um Ferguson da selecção nacional é um susto.
Acabo de ouvir precisamente o mesmo jornalista que passou dias a relatar que Cristiano Ronaldo era o melhor jogador do mundo a dizer ao mesmo microfone que o Cristiano Ronaldo não jogou nada no Euro. Eu que nunca disse a primeira frase, estou integralmente de acordo com a segunda. Não há hipótese. Nós somos mesmo assim. Foi no Rádio Clube Português.
Resta uma palavra sobre Scolari. Como já escrevi fecha-se um ciclo na selecção, em que foi conseguida a melhor série de resultados de sempre da história do futebol português. Scolari tem vários defeitos: não é tacticamente muito bom e tem uma filosofia de selecção de que discordo. Para ele uma selecção é como uma equipa de clube onde só mexe por lesão ou por indisciplina. Isto, independentemente da forma dos jogadores no momento em que jogam. Mas leva a sua filosofia até ao fim e obteve resultados. O ódio do F. C. do Porto ao homem também lhe garantiu muitas simpatias no país todo. Que seja feliz no Chelsea e que o próximo faça melhor é o que desejo.
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A figura de Portugal no Euro 2008 foi Deco. Fez três grandes jogos, recuperando do apagão que teve em Barcelona. Paulo Ferreira foi a nódoa que a Grécia agradeceu em 2004 e que Schweinsteiger aproveitou e bem. Nuno Gomes e Bosingwa também fizeram um campeonato razoável, que Nuno Gomes coroou com um golo, infelizmente insuficiente. Muito abaixo do preço pelo qual vão ser provavelmente vendidos pelos seus clubes estiveram João Moutinho, Quaresma e Miguel Veloso. Melhor que Pepe e que Ricardo Carvalho não temos. Simão e Petit sobre o fraco e o desinspirado. Meireles marcou um golo e nada mais.
Cristiano Ronaldo fez um campeonato muito fraco. Sem espaços concedidos pelos adversários, muito marcado e bem (também há bons defesas!) não revelou capacidade para os criar. A boa época que fez no Manchester United ficou lá em Manchester. Fez um campeonato banal e necessita provavelmente de um banho de humildade. A novela do contrato com o Real Madrid também não ajudou. O que desejo é que aprenda com isto, porque é um grande jogador.
Depois da lesão de Quim, Portugal ficou sem guarda-redes dignos desse nome na Suiça. Sempre considerei Ricardo um guarda-redes sem nível para ser titular da selecção. Este campeonato e este jogo mostrou-o mais uma vez. É fraco a sair aos cruzamentos, não tem sentido posicional e a sua melhor qualidade é marcar penalties, coisa que não se exige nem se espera de um guarda-redes. Que fosse para avançado. Espero sinceramente que tenha um assomo de consciência e se retire da selecção.
Portugal foi eliminado pela Alemanha porque não teve a classe suficiente para ganhar a uma equipa tecnicamente inferior mas mais eficaz, que é tri-campeã do mundo e bi-campeã europeia, fora o que estará para vir. A selecção deixou-se porventura contaminar pelo endeusamento de que foi alvo desde 2004. A verdade é que temos apenas uma boa equipa.
Circula a tese segundo a qual um clube de futebol que quer fazer valer os seus direitos porque outro clube foi condenado por tentativa de corrupção desportiva é queixinhas. Eis o tuguismo no seu máximo esplendor. Vergonha em Portugal não é a corrupção. Vergonha em Portugal é fazer queixa da corrupção. Miguel Sousa Tavares, qual queixinhas, faz hoje nas páginas de A Bola, queixinhas do Benfica, que teria feito queixinhas do seu clube na UEFA. Já terá Miguel Sousa Tavares imaginado o que é que sucede se aplicar o mesmo critério à política por exemplo?...
(publicado no Camara de Comuns)
Nada na UEFA garante que as coisas se passem de modo diferente daquele que se verifica habitualmente nas apodrecidas e instrumentalizadas instâncias nacionais do futebol português. Um clube condenado por tentativa de corrupção vai enriquecer a próxima Liga dos Campeões. Ressalvo que, por mim, o Benfica disputaria sempre a Taça UEFA e não me agrada nada a figura que os dirigentes do meu clube andam a fazer neste particular. Quanto à substância, apenas um comentário: a pouca vergonha vai a prolongamento.
A selecção esteve de férias. A Suiça não ganhou à equipa B de Portugal. Ganhou à equipa C. Quanto ao mais ficou bem claro que o preço de Miguel Veloso está claramente inflacionado e que se Postiga valesse alguma coisa o Porto jamais o cederia.
Goste-se ou não de Luiz Filipe Scolari e eu, sem abdicar de ser seleccionador de bancada e de algumas discordâncias com o homem, gosto, ele marcou uma era no futebol português. Com a selecção já apurada para os quartos de final do Euro 2008, soube-se hoje que ele será o novo treinador do Chelsea a partir de 1 de Julho. Depois da melhor sequência de resultados de sempre de Portugal nas grandes competições internacionais de futebol, é uma nova era que se abre a partir do Euro 2008. Desta vez, exigiram-lhe os quartos de final e já lá estamos. Ninguém sabe ainda onde terminaremos. Como sempre sucede muitos serão no futuro vítimas do ditado "atrás de mim virá quem de mim bom fará". Sobretudo, aqueles que por causa de uma clubite portista doentia sempre o contestaram. Mas esses são os clássicos velhos do Restelo, neste caso do Dragão, que até já ficam bem no canto inferior esquerdo de qualquer história de sucesso.
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Apesar de haver assuntos mais importantes nas nossas vidas, apesar de haver muitas cabecinhas que pensam que só nos deveríamos preocupar com os assuntos que eles acham que são importantes, apesar do futebol português estar a atravessar uma fase de vergonha, apesar de a selecção, com a triste lesão do Quim, ir disputar um Europeu sem um bom guarda-redes que seja, apesar de não haver pachorra para os disparates laudatórios dos jornalistas (no Rádio Clube Português então o desvario é total e absolutamente enjoativo!), apesar de ter trabalhos de alunos para corrigir e notas para dar, apesar de ter vários compromissos que não me apetecia nada ter, apesar de continuar a ser desgovernado pelo Partido Socialista, apesar de saber que não vai faltar quem se vá aproveitar desta fase de overdose de futebol para mais umas negociatas com o Estado, apesar de ser difícil encontrar outras notícias nos jornais e apesar de termos de levar com telejornais repetidos com as mesmas peças sobre a mãe do Ronaldo, as irmãs do Ronaldo, a namorada do Ronaldo, a tosse do Ronaldo, o clube do Ronaldo, o estado de espírito do Ronaldo, a roupa do Ronaldo, apesar de tudo e de muito mais, BOA SORTE, PORTUGAL!
(publicado também no Camara de Comuns)
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O facto de o F. C. do Porto não poder jogar nas competições europeias durante um ano que seja é uma decisão que tem um significado e um impacto social, desportivo e económico que não se pode iludir, por maior que seja a ridícula vitimização em curso por parte dos responsáveis do clube.
Desde já quero sublinhar que existem no F. C. do Porto pessoas equilibradas e ponderadas que recusam o estatuto até agora compensador de “yes man”. Rui Moreira é um exemplo de adepto lúcido que não alinha em rebanhos e que mesmo relativamente ao clube de que é adepto põe o dedo na ferida.
Mas o mais importante é o problema ético. Por mais voltas que se dêem não pode valer tudo no desporto, por mais industrializado que ele seja. A ética desportiva não pode ser sistematicamente posta em causa por quem é responsável por milhões de euros de receitas e de acções e, sobretudo, por espectáculos de paixões e de multidões.
Esta história do apito veio provocar a implosão do mito. Do mito de que Pinto da Costa é o dirigente desportivo exemplar e infalível. Do mito de que o F. C. do Porto é uma máquina desportiva, logística, administrativa e jurídica imbatível. O mito de que a estratégia de afrontamento sistemático de todas as forças terrenas e celestiais, maquiavélica e conspiratoriamente unidas para prejudicar o Porto é a melhor estratégia para a afirmação do clube. O mito, enfim, de que Pinto da Costa é o líder intocável que tudo se pode permitir sem consequência nem sanção.
A verdade é que a responsabilidade do que está a suceder ao F. C. do Porto é do seu presidente. Numa empresa normal ninguém admitira que o seu CEO misturasse tanto a vida pessoal com a vida da empresa, prejudicando tão profundamente a empresa. Numa empresa normal, como deveria ser uma SAD, mas não é, os accionistas já teriam um substituto. Nos últimos tempos, os sucessos desportivos têm escondido uma série de erros de gestão que agora se revelam em toda a sua plenitude e que culminaram na incrível (incrível face à estratégia e ao discurso oficial do clube e de Pinto da Costa) decisão de não recorrer da decisão que condenou o clube.
Embora não seja costume a UEFA recuar nas suas decisões, a verdade é que a decisão de afastar o F. C. do Porto das competições europeias ainda não é irreversível. Aguardemos, pois pela decisão final. Mas, ainda que a decisão agora tomada venha a ser alterada, o mal principal está feito e esse é, sim, irreversível. A mancha da imagem e da reputação do clube e por arrasto do futebol português. O que parece também não ter sido devidamente compreendido pelos responsáveis do F. C. do Porto. Subsiste o mesmo estilo e a mesma arrogância, que os factos apenas já tornam patética. Com a agravante de que até os jornalistas já se “atrevem” ao heroísmo de fazer verdadeiras perguntas a Pinto da Costa nas entrevistas, como sucedeu, vejam lá o desaforo, esta semana na SIC.
Para a história resta acrescentar, sublinhe-se, com ironia, para que não haja mal entendidos, que a culpa de tudo isto é apenas … do Benfica. Tudo mesmo: Carolina Salgado, Augusto Duarte, Jacinto Paixão, a fruta, os pomares, Maria José Morgado, o Ministério Público, a Liga, é tudo uma invenção do Benfica. O contrário é, obviamente, mentira.
Só mais uma coisa: como benfiquista não será com prazer desportivo que verei o meu clube disputar a próxima Liga dos Campeões. Era bom que houvesse um Presidente do Benfica que tivesse o golpe de asa de dar uma enorme bofetada de luva branca neste sistema de podridão desportiva em que temos vivido nos últimos anos e dissesse que apenas inscreveria o clube na Taça UEFA, já que esse foi o único direito desportivo que o clube conquistou na última época.
O F. C. do Porto está em boas companhias. O CSKA de Sofia, que cheguei a ver jogar na Luz, equipando todo de branco e sendo eliminado pelo Benfica da chique Taça dos Campeões Europeus, também fica de fora das competições europeias.
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