Vai começar mais um ano lectivo. José Sócrates, que não tem uma ideia que seja sobre o assunto na sua cabeça, excepto que deve existir um computador com Internet em cada carteira, visitou um liceu de Lisboa e confundiu um contentor com uma sala de aulas. Está tudo dito sobre a relação de Sócrates com o país que governa: é uma relação virtual.

Sobre o conteúdo do ensino, a competência dos programas e dos professores, a exigência na avaliação, a necessidade de reprovar quem não sabe a matéria, as passagens administrativas e alunos que não sabem ler nem escrever nem raciocinar bem interpretar uma frase, nem uma palavra do partido que teve a paixão da educação. Hoje, resta-lhe a paixão dos chips.

Em 2008-2009 apenas podemos ter uma certeza: no final do ano lectivo vai haver mais computadores nas escolas. Magalhães, Pereiras, Fragosos, Carvalhos, chamem-lhe lá o que quiserem. O resto continuará na mesma, ou seja, pior. Continuarei certamente a ter alunos no estabelecimento de ensino superior onde lecciono a pedir-me para os ensinar a estudar.

(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)