É inglório desejar que os debates do estado da Nação sejam debates profundos sobre o rumo, a estratégia e o futuro do país. O Governo diz que tem feito reformas mas os resultados não se vêem. Ninguém mede o impacto das medidas. Apenas se sabe dos anúncios e de anúncio em anúncio o país vai saltitando e estagnando. Mais uma vez importa dizer que o problema do país não se resolve com medidas avulsas, de décimas de imposto aqui e décimas de imposto ali.
O ministro Jaime Silva transformou-se num bom barómetro para avaliar o falhanço das políticas económicas e financeiras que a União Europeia e o Estado português têm executado nas últimas décadas.
Durante anos ouvíamos dizer que tínhamos agricultores a mais, que tínhamos que deixar de cultivar certos produtos e cultivar outros. Andámos a toque de subsídios da PAC. Produzíamos o que dava mais subsídio, independentemente de precisar ou não. Ficou na história a tara do giracídio, o subsídio á produção de girassol que pintou os campos de amarelo e castanho, sempre na demanda do subsídio.
O ministro da Agricultura e Pescas anunciou esta semana na Assembleia da República a revisão da Lei do Arrendamento Rural e a criação de bancos de terras como forma de combater o abandono das terras e rejuvenescer o sector agrícola. Ou seja, agora temos agricultores a menos, temos de produzir mais, temos de semear mais, cereais outra vez, depois de termos abandonado os cereais.
"As reformas do Ministério da Agricultura não acabam, porque não aceitamos que a média de idades dos agricultores seja de 55 anos", disse Jaime Silva, acrescentando que "é necessário encontrar terras para os jovens que querem investir na agricultura". Segundo Jaime Silva, a propriedade privada vai ser salvaguardada com a nova lei do Arrendamento, mas o aluguer de terras será agilizado com as novas regras. E eu que pensava que andávamos a fazer isto desde que aderimos à CEE quando os ministros diziam que era necessário apoiar os jovens agricultores, facilitar o acesso à terra e modernizar as explorações agrícolas…
Mas parece que não. Andam a brincar com o país há demasiado tempo. Andam a repetir programas há anos a fio, o que significa que ninguém os cumpre. Lá estão os anúncios, mais anúncios, sempre anúncios.
No fundo o estado da Nação é mesmo esse: um Estado de anúncios. É, pois natural que a pseudo-oposição que temos debata também os anúncios. Tanto pior para a realidade…
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