Sexta-feira, 21 de Setembro de 2007
Um dos ministérios mais socialistas e inúteis que há é o da Economia. Trata-se de uma máquina burocrática que não acrescenta riqueza à Nação, antes contribui para a gastar. Um ministro, vários secretários de estado, gabinetes, burocratas, assessores, motoristas, serviços, funcionários. E o que ganha a economia com isso? Há mais empresas novas? Há menos falências? Há mais emprego? Há menos desemprego? Não. Pela simples razão que a economia não depende da burocracia.

Se o ministério não existisse, a economia estava exactamente na mesma, com uma vantagem: a despesa pública era menor. Claro que o ministério distribui subsídios. Essa a suprema utilidade da coisa. E, actualmente, confesso, há outra utilidade: sempre é uma oportunidade de Manuel Pinho dar um pulinho ao círculo eleitoral pelo qual foi eleito deputado sem ser para praticar golfe. Não será pouco, concedo, mas ainda assim presume-se a necessidade de um ministério como excessiva para tão particular vantagem.

Para o comércio de Aveiro ainda esta semana chegou o Pai Natal do ministério. Um vírgula sete milhões de euros. Mas para isso bastava o Sr. Governador Civil, não era necessária uma maçada de ministério.

Em Portugal, existe uma cultura ancestral, inscrita no código genético do caciquismo local e da psicologia popular, segundo a qual, a importância política das terras se mede pela quantidade de serviços públicos que existem nessa terra. Basta recordar como em determinada altura se exigiu ao Estado universidades e politécnicos públicos à porta de casa, com os resultados conhecidos. Ninguém se preocupa se o poder político toma as decisões importantes. E em Aveiro há muitas por tomar. Não tarda, criam um ministério da Ria… Mas toda a gente gosta de ter um guichet de Lisboa lá na rua. O nome é o que menos interessa. Pode perfeitamente ser do ministério da Economia. Aliás, tem de ser de um ministério qualquer, se não ninguém se satisfaz.

Pela segunda vez numa semana o Pai Natal chegou a Aveiro. Abriu uma delegação regional da agencia de subsídios chamada ministério da Economia. Muda-a de sítio: sai de Coimbra e fica em Aveiro. Dessa forma o PS procurará provar que se preocupa com Aveiro e que até enfrentou o lobby de Coimbra, em tempos responsável pela derrota da pista de remo desviando-a de Rio Novo do Princípe para Montemor, deslocando serviços para Aveiro. A questão é que ela não devia existir nem num sítio nem noutro, pela módica razão de que o próprio ministério é uma inutilidade para a economia em dois actos.

É este o campeonato do sistema. Baralhar e voltar a dar. Sucede que os empresários de Aveiro, tradicionalmente independentes do poder e que arriscam sem necessidade dos cheques públicos, talvez ficassem mais satisfeitos com outras coisas, que não ter a burocracia ao pé da porta. Com um regime fiscal mais favorável em que não tivessem de trabalhar mais de meio mês apara alimentar a despesa do estado. Com uma legislação de trabalho que favorecesse a produtividade e não a preguiça. Com uma justiça célere em que quem deve pagasse efectivamente e não se ficasse a rir e a dever. Mas isso é Política. O Governo, esta semana em Aveiro, fez intendência.

Quanto à economia propriamente dita, isso é secundário. O socialismo também não cura disso. Ela fará o seu caminho. Para o bem ou para o mal. Indiferente ao ministério. Como sempre aconteceu.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

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publicado por Jorge Ferreira às 11:09 | link do post | comentar

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