Daqui a cinco anos voltaremos a ouvir falar dos deputados europeus e da monstruosa abstenção, com a qual ninguém parece interessado
Relativamente ao terço de eleitores que votou, julgo serem de retirar duas conclusões principais.
A primeira é de natureza partidária e de índole psicológica. A vitória do PSD estilhaçou duas verdades oficiais de comentadores e comunicação social em geral: uma, a de que Sócrates é invencível em eleições, a outra é de que Manuela Ferreira leite não é capaz de ganhar uma eleição. Até agora, parecia que Sócrates era a reencarnação do “spiderman”, quando na verdade a única eleição que ganhou sem serem as legislativas de 2005, foi nenhuma: perdeu autárquicas, presidenciais e europeias. Para um super-homem não está mal. Sócrates precisa de uma barrela de humildade. Duvido…
Quanto ao PSD, ganhou as autárquicas, as presidenciais e estas europeias, mas não pode embandeirar
A segunda tem a ver com o futuro do país. De um país sui generis na Europa, em que um partido dominado por um líder trotskista e outro de natureza estalinista tiveram juntos quase tantos votos como o PS. Nestas eleições para o Parlamento Europeu a esquerda portuguesa dividiu-se em três blocos: o trotskista, o comunista e o socialista.
Num país que precisa de mudanças profundas no Estado, que precisa de reestruturar a despesa pública como de pão para a boca, uma sociedade que precisa de mais liberdade na educação, na saúde, na defesa perante as intromissões do Estado na vida privada dos cidadãos, esta é uma má notícia. Nada do que o país precisa se consegue fazer à esquerda. Ora, perante estes resultados é inevitável que o PS dê uma guinada à esquerda na tentativa de retirar espaço aos dois blocos estalinista e trotskista.
Depois deste interlúdio de fim de semana, voltámos, enfim, à dura realidade da vida normal. Do BPN, do Freeport, do Banco de Portugal, do TGV, da crise. Até Outubro, em que, aí sim, se realiza sondagem definitiva.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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