Quatro anos depois de tomar posse o maior feito do Governo de José Sócrates é ter conseguido fazer esquecer o Governo PSD/CDS de Santana Lopes e o seu penoso trajecto de seis meses. As trapalhadas foram tantas, as mentiras foram tantas, a violação de compromissos eleitorais atingiu um tal grau de gravidade e intensidade, o controle do poder a níveis nunca antes verificados na democracia portuguesa é hoje de tal ordem, que o Governo que em seis meses cansou o país está remetido ao esquecimento.
Quatro anos depois de tomar posse o segundo maior feito do Governo de José Sócrates é ter conseguido a proeza de pôr os portugueses a viver muito pior do que viviam antes. A proeza, ainda que mascarada, de ter posto as contas do Estado em ordem foi pulverizada por uma reacção tardia e errada à crise económica e financeira mundial.
Se a política fosse uma ciência exacta o PS perderia as eleições legislativas deste ano. Mas a política não é uma ciência exacta e esse resultado merecido de quatro anos perdidos não é garantido.
O pior mal que José Sócrates fez ao país nestes quatro anos, para além do óbvio, foi ter conseguido que muita gente cansada de acreditar em sucessivas promessas e em sucessivos políticos e bem intencionada, acreditasse que ele faria o que a alegada direita não fez quando no Governo e o país precisa que se faça.
Essa gente encantou-se com a firmeza da ministra da Educação face aos sindicatos, esquecendo que ela não mexeu uma palha para pôr as escolas a ensinar o que é preciso e como deve ser. Encantou-se com a eficácia de Teixeira dos Santos no combate ao défice, esquecendo que o Estado de Sócrates aumentou a despesa pública, mesmo antes de a crise estalar. Encantou-se com a alegada reforma da administração pública de que Sócrates desistiu a meio assim que começou a cheirar a eleições. Encantou-se com a cultura de avaliação que aparentemente o Governo quis implantar na administração pública, em que foi cedendo, cedendo, cedendo a pontos de deixar tudo exactamente na mesma.
Estes quatro anos de Sócrates foram um monumental exercício de publicidade enganosa. Que todos pagaremos. Votemos ou não no PS.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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