No meio da crise apareceu um novo negócio. É sempre assim com as crises. Há sempre alguém que tem a visão, o rasgo, atrevo-me mesmo, o génio de ver o que mais ninguém vê. Conheço um caso: parece que José Sócrates disse aos deputados do seu partido, curiosamente os realmente eleitos, que como a situação está perfeita (o Governo faz a oposição critica, leia-se), não tem de ser ele a comprar a paz social. Que o façam outros, os mal dicentes, os fracos, os estúpidos, os derrotistas, os "contras", os néscios. Por ele, está visto, isto só acaba bem, nos limites da perfeição, com uma guerra civil e um bom governo. A compra da paz é um novo negócio. Mas é um negócio mal são. Se bem reparei José Sócrates não fez preço, como bom e gabado negociante ambulante que é, como reconhece sempre que tem de ser, Basílio Horta. À saída da reunião em que foi feita a Revelação, vi uma deputada certamente inexperiente e de que não retive o nome, já a teorizar sobre a compra da paz social, mas em sentido contrário, dizendo que se devia comprar a paz social. Como ninguém deve ter retido o nome é fácil de eliminar das listas, sem ninguém perceber, a pobre da deputada. Ela, pateticamente, caiu na armadilha e comprou a guerra. E olha logo com quem, com o dono do negócio!