Luís Filipe Menezes foi um desastre que sucedeu ao PSD o ano passado. Um desastre político, entenda-se, que os tempos não estão para ironias, por mais óbvias que sejam. Vaticinei que não se aguentava ao leme do barco até às eleições legislativas e não me enganei.
Mas não deixei de reparar que ele enfrentou dois tipos de dificuldades. Por um lado, as que resultavam da sua inconsistência e errância políticas, que o levava a falar de tudo e de nada sem sequência nem consequência. Lembro apenas um célebre projecto de revisão constitucional que foi então anunciado e de que ainda hoje não se conhece o conteúdo nem as propostas.
Por outro lado percebia-se que o PSD subterrâneeo, o PSD cavaquista liberto da vigilância de Cavaco, lhe movia ums desproporcionada guerra interna de descredibilização, que assomava, para quem sabe ler, aqui e ali, cirurgicamente, na comunicação social.
Ao sair, Menezes revelou que recebera ameaças para não fazer investigações a off-shores e para não avançar com o inquérito parlamentar que, entretanto, Santana Lopes desencadeara à supervisão do Banco de Portugal.
Ontem, tudo ficou mais claro. Luís Filipe Menezes revelou que teve “a demissão de membros da minha comissão política nacional porque eram accionistas de referência do BPN e tinham medo que a supervisão bancária fosse tocar nos interesses, por ventura, de instituições financeiras que não estavam a funcionar de acordo com os padrões de transparência do Estado de Direito”, disse ainda.
O antigo líder social-democrata recordou também que, nessa altura, foi alvo de “criticas ameaçadoras”, algumas das quais de “alguns ex-ministros que não queriam que avançasse a fiscalização à supervisão bancária”.
Agora, tudo fica mais claro. Menezes caiu porque não estava apto à função de candidato a Primeiro-Ministro. Mas foi ajudado a cair na sombra por vários de dentro do seu partido, para quem ele se tornara uma ameaça. Eu, que nunca simpatizei politicamente com Menezes, quero hoje prestar-lhe a homenagem da coragem da denúncia. Sei bem o que custa fazê-lo e o preço que se paga por isso.
Luís Filipe Menezes apenas veio agora confirmar que o regime está podre. E que necessita de uma operação “Mãos Limpas”. Por detrás do jogo normal da vida política e da vida pública, existe um núcleo de pessoas que torpedeiam leis, partidos, políticos e o que mais fôr necessário em seu estrito benefício pessoal, ilegal e violador de várias normas jurídicas que é suposto estarem
(publicado na edição de hoje do Semanário)
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